Parceria possibilita avanço nos estudos sobre dinâmica da atmosfera


06/10/10 – O Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) fechou uma parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), a Universidade do Vale do Paraíba (Univap) e o Centro Universitário Luterano de Manaus (CEULM/Ulbra) para realizar pesquisas na atmosfera superior (mesosfera, termosfera e ionosfera) na Região Amazônica.

A parceria possibilitará instalar novos equipamentos na reserva ZF-2 do Inpa, localizada nas proximidades da BR-174, rodovia que liga Manaus (AM) a Boa Vista (RR), uma vez que o equipamento não pode ser instalado na área urbana de Manaus devido a iluminação artificial. A área de estudo varia dos 100 km a 500 km de altitude, região onde muitos satélites operam.

Segundo os especialistas, a pesquisa sobre a dinâmica da alta atmosfera e ionosfera é importante, pois essa região sofre influência direta de raios solares e vários outros fenômenos atmosféricos, podendo interferir na comunicação dos satélites.

"A chamada ionosfera interfere na radiocomunicação entre solo e satélites. A comunicação é realizada através de ondas eletromagnéticas na faixa de radiofrequência e a ionosfera, em situações extremas, pode causar até mesmo perda de comunicação", explicou Paulo Fagundes, professor e pesquisador da Univap.

Outros fenômenos 

Além disso, a pesquisa também analisa a influência de fenômenos das áreas inferiores mais próximas ao solo e a alta atmosfera – como, por exemplo, grandes tempestades – sobre a alta atmosfera, causando o que os cientistas chamam de ondas de gravidade. "As perturbações que geram ondas de gravidade na baixa atmosfera são tempestades, frentes frias e ventos orográficos", enfatizou Alexandre Pimenta, pesquisador do Inpe.

Ainda de acordo com os pesquisadores, essas falhas ou "bolhas" na alta atmosfera causam irregularidades e podem interferir no sistema de navegação e GPS.

O pesquisador do Inpa Antônio Manzi destacou a parceria e afirmou que os estudos colaboram para ampliar o conhecimento sobre o tema na Amazônia. "A pesquisa tem impacto nas comunicações, uma vez que analisa os fenômenos na alta atmosfera, o que é muito importante na nossa região", declarou.

Fonte: Jornal da Ciência
com informações da Assessoria de Comunicação do Inpa

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