Atividade jornalística incentiva a permanência de alunos na escola


 

Existem pessoas que leem por prazer, há os que leem para estudar, outros para se informar e os que não possuem o hábito da leitura. É justamente por conta desse último grupo que os jornais estão perdendo leitores.

Para a professora Maria Inês de Lima, da Escola Municipal Vicente de Paula, o que ocorre é que o hábito de ler não está inserido na cultura nacional. E, a forma encontra por ela para superar esse problema foi utilizar as práticas jornalísticas em sala de aula para sensibilizar os estudantes sobre a importância dessa prática.
A iniciativa é fruto do projeto “O jornal escolar como incentivo ao hábito de leitura”, desenvolvido a partir do Programa Ciência na Escola (PCE), da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM).

 src=https://www.fapeam.am.gov.br/arquivos/imagens/imgeditor/CIMG1226.JPGSegundo Lima, a ideia surgiu ao observar que alguns alunos levavam exemplares de jornais à sala de aula e os liam escondidos. “Tive a ideia de criar um jornal escolar no qual eles pudessem participar, efetivamente, de todo o processo produtivo”, informou.

Durante o projeto, os alunos aprenderam sobre as técnicas de reportagem, seleção das fotografias e o melhor espaço para utilizá-las, e o processo para escolha e determinação das manchetes, e como diagramar e formatar um jornal.

“A leitura de jornais tem relevância para os alunos a partir do momento em que eles aprendem os mecanismos de sua produção desde a matéria-prima até seu produto final, construindo textos que serão lidos pela comunidade estudantil”, disse a professora.

Com financiamento de R$ 4,8 mil, a pesquisa foi realizada durante seis meses com as turmas do período noturno. Eles aprenderam sobre os mecanismos de produção de jornais, as variações linguísticas, os gêneros e a tipologia textual utilizadas nas reportagens.

Citando o sociólogo suíço Philippe Perrenoud, a professora disse que “diferenciar o ensino é fazer com que cada aprendiz vivencie tanto o quanto possível situações fecundadas de aprendizagem”. Para ela, é preciso aliar a teoria à prática, ou seja, permitir que o aluno também atue como pesquisador, o que foi possível por meio do projeto.

“As pesquisas realizadas com os alunos e a busca de notícias para o jornal os colocou de frente com a realidade, fazendo-os, inevitavelmente, refletirem sobre a condição e contexto social nos quais estão inseridos”, explicou Lima.

De acordo com a professora, o projeto contribuiu de forma positiva para a diminuição das desistências de alunos no horário noturno, muito comum para quem estuda nesse turno. “Além de aprenderem a trabalhar em equipe, os alunos se tornaram mais responsáveis com os estudos, com desejo de crescer como pessoa e profissionalmente”.

Programa PCE

 

 

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O Programa Ciência na Escola tem como meta intensificar a participação de professores e estudantes de escolas municipais de Manaus em projetos de pesquisa científica e tecnológica a serem desenvolvidos nas escolas.

“Desenvolvemos nossas competências e habilidades pertinentes ao nosso exercício de cidadania, foi uma tarefa árdua, porém muito produtiva. A ajuda financeira da Fapeam foi o grande incentivo para os jovens cientistas. Fazendo com que os nossos pesquisadores trabalhassem com mais dedicação e compromisso”.

A expectativa é que o projeto tenha continuidade. “Pretendemos continuar produzindo mais exemplares. Afinal, depois de distribuir o jornal entre os estudantes, vimos a satisfação com que eles liam e pediam para participar do próximo exemplar. E também, conforme os questionários aplicados, muitas pessoas não se interessam em ler porque não têm dinheiro para comprar livros e revistas interessantes, mas conseguem ter acesso a esses jornais de valor mais acessível”, concluiu.

Luana Gomes e Ulysses Varela – Agência Fapeam

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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