Programa prevê a formação científica de 2.500 indígenas


A partir do segundo semestre deste ano, os povos indígenas do Amazonas terão acesso à Licenciatura Plena em Educação Indígena no Ensino de Ciências com foco em física, química e biologia. O programa inédito de capacitação científica formará recursos humanos indígenas qualificados para a docência, pesquisa e a gestão de projetos científicos de interesse dos povos amazônicos da Política de educação do Estado.

O programa é coordenado pela Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia do Amazonas (Sect), Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e Secretaria de Estado dos Povos Indígenas (Seind) em parceria com diversas instituições regionais, nacionais e internacionais, utilizará uma plataforma tecnológica de ensino à distância mediado e inovações metodológicas e instrumentais integradas e adaptadas às complexidades de um programa desse porte que atingirá, simultaneamente, mais de 40 municípios.

Para o secretário de Estado de Ciência e Tecnologia, Marcílio de Freitas o Programa é uma iniciativa ousada e garante uma formação específica e necessária para os povos indígenas. “Ao todo, serão oferecidas, inicialmente, 2500 vagas em quatro anos. A proposta é que o curso opere na forma de módulos, com duração prevista para até 2014, a começar ainda no segundo semestre, conforme as diretrizes do MEC e da UEA”, antecipou Freitas.  

/O programa está organizado em seis grandes eixos temáticos articulados entre si: Matematização e geometrização dos processos da natureza, história e filosofia da ciência e educação indígena, metodologia da pesquisa na educação indígena em ensino de ciências e, ainda, fundamentos e modelos psico-pedagógicos aplicados à educação indígena em ensino de ciências, instrumentação para educação em ensino de ciências e Educação indígena em ensino de ciências e o paradigma da sustentabilidade.

O que falta para o programa começar, de acordo com o secretário, é a liberação dos recursos pelas instituições federais. “Em longo prazo, um programa como este criará as condições estruturantes para implantação da Universidade dos Povos Indígenas”, declarou Freitas.

Na avaliação do titular da Seind, Jecinaldo Sateré, a importância deste Programa está associada à melhoria da qualidade de vida das próprias comunidades indígenas do Amazonas. “Implementar um curso como este contribuirá para melhorar a educação dos povos tradicionais e a qualidade de ensino de todos, uma vez que consolidará uma educação para fortalecer a cultura dos povos indígenas”, declarou. Quanto à previsão para o início das aulas, Jecinaldo lembra que não deve passar deste ano. “Há uma semana, estive em Brasília para definir alguns aspectos do projeto, cuja aprovação está em fase final”, complementou.

Dados numéricos

No que se refere ao Amazonas, Jecinaldo recorda que há, atualmente, 150 mil indígenas distribuídos em 64 diferentes etnias. “A questão indígena tem uma demanda expressiva no Amazonas. Formar quadros de especialistas é de extrema importância. E isso será possível com o início deste programa e, mais adiante, com a criação de uma Universidade destinada especialmente aos indígenas”, finalizou o secretário.

A importância da implementação de programas voltados à educação indígena, , vem ao encontro de uma demanda crescente. “Em 2005, o Amazonas possuía 782 escolas indígenas, este número tem se ampliado nos últimos anos, intensificando a demanda para a formação de professores”.

Segundo a reitora da UEA, Marilene Corrêa, de acordo com dados apontados pelo documento que trata sobre a Política de Formação Indígena da UEA, as estatísticas registram 37.410 matrículas indígenas no ensino fundamental, 1.694 matrículas no ensino médio e 4.522 matrículas indígenas no supletivo, matriculados nos programas de educação formal do Estado do Amazonas. “A região norte possui a maioria das escolas os povos indígenas do Brasil. Estas matrículas representam mais de 50% do total, em 2005, segundo dados do MEC”.

 

Agência Fapeam

(Com informações da Assessoria de Comunicação/SECT e UEA)

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