Produção de peixes em igarapé contribui para geração de renda no AM
O Programa de Criação Intensiva de Matrinxã (Brycon amazonicus) em Canais de Igarapés em Terra Firme (Procima) conta com a colaboração de voluntários da própria comunidade para o desenvolvimento de atividades que envolvem a produção de peixes, construção de estruturas dentro dos igarapés e análise das condições químicas e físicas da água.
De acordo com o pesquisador da Coordenação de Pesquisas em Aquicultura do Inpa, responsável pelo programa, Jorge Daniel Fim, um dos principais desafios era criar um processo de produção de pescado com baixo custo de implementação, sem prejudicar o meio ambiente. “Tinha de ser uma tecnologia realmente efetiva para pessoas de baixa renda, principalmente, em área de terra firme, onde o acesso ao pescado é mais difícil”, explicou.
Segundo o pesquisador, a produção anual pode chegar a uma tonelada, desde que sejam seguidas as orientações técnicas apresentadas pelo projeto. Além do matrinxã, peixe bastante consumido na região, na produção de outras espécies como o tambaqui, o tucunaré e até o pirarucu, maior peixe de água doce que vive nos rios da Amazônia, também podem ser utilizadas com essa mesma metodologia.
Para ajudar a difundir esses conhecimentos os pesquisadores do Inpa criaram um manual com as orientações para a criação de peixes em canal de igarapé.
O Manual de Criação de Matrinxã em Canais de Igarapé foi elaborado por Fim em colaboração com Gabriel da Rocha Nobre Filho, Sérgio Fonseca Guimarães, Atilho Storti Filho e Avemar Gonçalves Bobote. O livro é uma publicação da Editora Inpa e deve ser lançado ainda este ano.
Lado social
Com o Programa, as pessoas de baixa renda do assentamento Tarumã-Mirim, que antes não tinham acesso ao pescado, agora possuem uma fonte de produção de alimento que contribui para o aumento da renda familiar.
A tecnologia desenvolvida pelo Proclima foi finalista do prêmio da Fundação Banco do Brasil de Tecnologia Social 2009. A iniciativa premia tecnologias que auxiliam o desenvolvimento de atividades que tragam soluções à sociedade para as demandas de água, alimentação, educação, energia, habitação, meio ambiente, renda e saúde.
O Programa foi financiado pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), do Ministério de Ciência e Tecnologia (MCT), dentro do programa “Arranjos Locais” e também contou com o apoio do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam), Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia (Sect), Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) e Fucapi.
Agência Fapeam
Com informações do site do Inpa