Estudo traça perfil dos pesquisadores da Química
A região Norte detém menor concentração de bolsistas de Produtividade em Pesquisa (PQ) do Programa Básico de Química do CNPq. Um dos motivos está relacionado à infraestrutura disponível nas instituições acadêmicas e de pesquisa dessa região. Ainda que os Fundos Setoriais determinem que 30% de seus recursos sejam destinados às regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, estes recursos não são equivalentemente distribuídos entre as três regiões.
A pesquisa foi realizada por Natacha Carvalho Ferreira Santos, Lucilene Faustina de Oliveira Cândido e Cristiano Lima Kuppens. Segundo o levantamento, é perceptível a concentração de bolsistas PQ na região Sudeste e a pequena presença deles na região Norte, fator muito relacionado à infraestrutura disponível nas instituições acadêmicas e de pesquisa da última região.
Estes recursos são também insuficientes, segundo o estudo, para compensar a forte atração que os grandes centros de pesquisa exercem sobre os pesquisadores, dificultando um crescimento mais acentuado nas regiões Norte e Centro-Oeste.
A análise do número de bolsistas PQ por Estado isoladamente pode levar a uma interpretação equivocada da distribuição de bolsistas, mas se for considerada a razão do número de bolsista PQ por milhão de habitantes evidencia-se que, mesmo quando considerada a densidade demográfica da população brasileira, há concentração acentuada de bolsistas no Sul e Sudeste.
O Estado de São Paulo lidera o ranking das unidades da federação com maior número de bolsistas, sendo que USP e Unicamp juntas possuem mais de um terço de todos os bolsistas e mais da metade dos bolsistas do nível 1A.
Sobre as bolsas
A bolsa de PQ foi concebida como uma forma de incentivo aos pesquisadores detentores de título de doutorado e de destacada produção científica, para valorização de seu trabalho e dedicação frente a seus pares. Estas bolsas são altamente cobiçadas pelos pesquisadores de todas as áreas do conhecimento, principalmente pelo status que conferem àqueles que as detêm, uma vez que diferencia o pesquisador dentre os demais. Desta forma, o perfil dos atuais bolsistas PQ se torna de interesse de toda comunidade científica.
As primeiras bolsas PQ na área de Química foram concedidas em 1976, e muitos dos pesquisadores contemplados naquela época ainda são produtivos e constam entre os atuais bolsistas PQ. Após várias alterações nos níveis e nos valores, as bolsas são atualmente divididas e hierarquizadas em 3 categorias: Sênior (PQ-SR), PQ-1 (sendo a categoria 1 subdividida nos níveis 1A, 1B, 1C e 1D) e PQ-2. A bolsa PQ-Sênior, criada em 2007, é a mais recente categoria PQ do CNPq, sendo a única que não concorre na demanda de julgamento de bolsas, pois é concedida pelo Conselho Deliberativo do CNPq, em caráter vitalício, a pedido do pesquisador que se manteve nos níveis 1A ou 1B por, no mínimo, 15 anos ininterruptos.
Veja o artigo completo em:
http://quimicanova.sbq.org.br/qn/No%20Prelo/AGerais/AG09806.pdf
Agência Fapeam
Com informações do CNPq