Floresta amazônica e desenvolvimento sustentável são temas de workshop
22/09/2010 – O Brasil e a União Europeia assinaram um acordo de cooperação científica e tecnológica nos anos 90. O acordo é referente à realização de investigações direcionadas às áreas de interesse para ambos, além de ações conjuntas para o desenvolvimento com base na reciprocidade.
Por conta deste acordo, todos os anos, representantes do Brasil e da União Europeia se reúnem para avaliar os resultados e traçar metas. Na reunião de 2009, realizada em Brasília, ficou definido que uma das ações para 2010 seria a promoção do primeiro workshop de tema de interesse comum, no caso as questões relacionadas à Amazônia.
Segundo a diretora geral da comissão europeia, Manuela Soares, a cooperação se dá desde a parte de articulação das atividades até o compartilhamento das informações.
“O objetivo é priorizar temas de interesse mútuo de ambas as partes para que depois os resultados sejam analisados pelas autoridades brasileiras e europeias para viabilizarem medidas práticas com mecanismos institucionais de ambos os lados, de acordo com o que foi identificado pelos cientistas”, destacou.
Troca de informações
Para o diretor do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), Adalberto Val, uma das características do mundo moderno é a realização das pesquisas em ciência e tecnologia com cooperação científica e que deve ser norteada pela troca de informações.
“Nós dominamos estudos na área de Biologia Tropical de forma hegemônica, o que precisamos é cooperar para poder viabilizar a transformação desse conhecimento em ações que possam levar a novos desafios científicos e tecnológicos. A Europa sabe muito bem fazer isso. As informações sobre biologia tropical, nós temos, e eles as informações sobre como revolucionar com o uso dessa informação científica”, explicou Val.
O workshop foi realizado no auditório da biblioteca do Inpa, nos dias 20 e 21 de setembro. Estiveram presentes cientistas renomados, tanto do Brasil quanto da União Europeia, para discutir assuntos direcionados ao tema “Floresta Amazônica e Desenvolvimento Sustentável”.
As apresentações ficaram por conta de dois grupos com representantes do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), Ministério das Relações Exteriores, Delegação da União Europeia no Brasil e Comissão Europeia de Pesquisa.
O cientista do Inpa, Niro Higushi, afirmou que o momento é diferente de outros já vividos e as experiências vividas pelos cientistas trazem novos olhares para a real condição da Amazônia.
“Eu acho que os pesquisadores brasileiros e o mundo todo estão mais amadurecidos em relação à importância da região amazônica, que sofre com as consequências de algumas ações praticadas em todo o planeta. A ideia é aproveitar todas as experiências para que possamos avançar com focos definidos, compreendendo as vulnerabilidades da região para propor medidas de adaptações”, finalizou.
Agência Fapeam – Edilene Mafra