Grafitagem ajuda a mudar comportamento de alunos


A ação de pichadores é constante em grande parte da cidade. O resultado são muros pichados e a depedração do patrimônio público e particular. Na Escola Municipal Marechal Cândido Rondon, o cenário não era diferente, com cadeiras, mesas e armários danificados, na maioria das vezes, pelos próprios alunos. A mudança ocorreu com o projeto “Arte sim, pichação não”, que promoveu oficinas e palestras sobre grafitagem e sua relevância social.

De acordo com o professor de Ensino Religioso Vinícius Alves da Rosa, o objetivo do projeto era sensibilizar os estudantes sobre a importância social de manter a higiene física da escola e do meio público. Ele explicou que o projeto incentivou os alunos envolvidos com pichação a passar a utilizar a cultura do grafite e transformar o vandalismo em algo positivo.

style=width:A pesquisa contou com recursos da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM) e foi desenvolvida no âmbito do Programa Ciência na Escola (PCE). Os estudos duraram seis meses e os resultados foram apresentados na Mostra Pública que se encerrou nesta quinta-feira (11).

“A Mostra Pública é importante para divulgar os avanços das pesquisas e serve para apresentar à sociedade os resultados dos trabalhos científicos. É uma experiência substancial para o coordenador, apoio técnico e alunos”, salientou.

Segundo o professor, os bolsistas realizaram leituras para embasamento teórico, participaram de oficinas com grafiteiros da cidade e  da organização uma programação especial na Semana do Meio Ambiente. O evento contou com atividades esportivas e culturais e um mutirão de limpeza das pichações na escola. Além do grafite, que é um dos quatro elementos do Hip Hop, os alunos também aprenderam as técnicas de MC, DJ e Bboy.

“Pichação é crime e muitos jovens não sabem que existem leis e penalidades aplicadas aos pichadores. As pichações diminuíram. Identificamos um pichador da comunidade que, com a ajuda do projeto, tornou-se grafiteiro”, disse Rosa.

/Hoje, conforme o professor, os estudantes zelam pelo ambiente escolar e passaram a utilizar a arte como expoente de seus pensamentos e saberes. Eles mesmos informam quando há uma nova pichação na escola.

Participaram do projeto os estudantes Vanderlann Cunha, Kevlan Bento, Eulália Rebello, Adriano Bezerra e Raquel Pereira, além do apoio técnico de Joice Freitas. A bolsista Raquel Pereira disse que espera que o projeto continue. Ela quer repassar o conhecimento adquirido, como saber diferenciar a pichação do grafite.

“Eu via algumas pessoas desenhando nas ruas e não sabia diferenciar. Hoje, eu também grafito um pouco e dissemino essa técnica aos colegas. Com a continuação do projeto, será possível contribuir com a evolução da arte na cidade”, declarou.

Luana Gomes – Agência Fapeam

 

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