Novo mapa da ciência


 07/06/2011 – As coisas funcionavam assim. As fundações que atuam no setor de saúde no Estado assumiam exclusivamente o compromisso com o atendimento e a assistência, cada uma em sua área de atuação. Mas alguém há de perguntar: esse, então, não é o papel dessas instituições? Elas não foram criadas para esse fim? A priori devemos aceitar que sim. A Fundação Cecon, por exemplo, tem por propósito atender e dar assistência a pacientes portadores de câncer. Já a Fundação Adriano Jorge tem por objetivo maior voltar-se para os pacientes nos vários campos da ortopedia. Da mesma forma, poderíamos nos referir às demais instituições. Afinal, a atuação e o comportamento recorrentes, com o tempo, acabam se cristalizando como algo cultural, o que, de certa forma, limita a possibilidade de se vislumbrar o horizonte sob outras perspectivas. Se as coisas funcionavam assim, portanto, não se deveu apenas à natureza do papel das fundações de saúde, mas às condições que as limitavam. Claro deve ficar que, para a população que recorre aos serviços dessas instituições, é imperceptível a ausência de um componente da mais alta relevância que as tornaria mais completas. Afinal, para os usuários importa o produto não o processo. Importa ser atendido com dignidade e respeito e ter sua saúde de pronto restabelecida, o que, convenhamos, não é pouca coisa. Quem, por exemplo, recorre à Fundação de Medicina Tropical com suspeita de ter contraído leishmaniose ou tuberculose quer seja diagnosticada a enfermidade e dada a prescrição para seu tratamento. A situação não é diferente em outra área qualquer. Quando se compra um sofisticado celular, bem de consumo suficientemente popularizado entre os brasileiros, ninguém se importa em saber o tempo decorrido e os milhões de dólares investidos em capital intelectual e pesquisa básica e aplicada necessários para que o produto chegue àquele estágio de perfeição e valor. É natural que assim seja, mas não é natural que se deixe de fazer um esforço de difusão para que cidadãos e cidadãs sejam esclarecidos de que os feitos da ciência não estão distantes do seu cotidiano e de que os “milagres” da tecnologia – em todas as áreas do conhecimento – carecem de gente bem preparada para que tudo isso aconteça. O componente a que me refiro acima é o da pesquisa, que dá completude ao papel das fundações de saúde. Elas passam, também, a ser produtoras de conhecimentos, o que gera um círculo virtuoso em que uma ação é sempre posta a serviço da outra. É neste sentido, pois, que, se antes essas instituições se limitavam à prestação de serviços e atendimento, hoje o paradigma é outro. E isso se deveu especialmente à presença, hoje indispensável, da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas, instalada em 2003. Querem fatos? Poucos sabem que a Fundação Hemoam avança em pesquisas com células-tronco. Poucos sabem que a Fundação de Medicina Tropical está testando uma droga oral que pode revolucionar o tratamento de leishmaniose. Boas pautas para a turma que se dedica ao jornalismo científico.

Por: Odenildo Sena

* O artigo acima é de responsabilidade do autor. Opiniões devem ser enviadas para odenildosena@uol.com.br

Siga a FAPEAM no Twitter e acompanhe também no Facebook

Agência FAPEAM

Deixe um novo comentário

O seu endereço de email não será publicado Campos obrigatórios são marcados *

  • CAIXA DE SUGESTÕES FAPEAM

    qrcode_baner_decon_ouvidoria

  • Dados Abertos Fapeam

    banner_lateral

  • tela-inicial-site

  • pos_graduação_stricto_sensu_banner-lateral-site

  • banner-site--revista(1)

  • BANNER-SITE-PROTOCOLO-e1656689607339

  • Acesso à Informação

  • Sem título

  • banner-pesquisa-de-satisfacao (1)

  • falaBr-New