RedeBio recomenda quatro redes de pesquisa no Norte
O comitê gestor da Rede de Pesquisas em Biocosméticos (RedeBio) acaba de anunciar a recomendação de quatro redes de pesquisas que vão agrupar projetos desenvolvidos em comum pelos Estados do Amazonas, Acre, Pará e Maranhão, submetidos a esse edital.
As redes recomendadas para a próxima etapa são: Rede de Padronização dos óleos de andiroba e copaíba da Amazônia (Repacam), coordenada por Jefferson Rocha de Andrade Silva; Rede para desenvolvimento de C,T&I na geração de insumos da andiroba para aplicação na indústria de cosméticos, com Cecília Verônica Nunez, na coordenação; Rede para o fortalecimento e inovação estratégica da cadeia produtiva de óleos da Amazônia aplicados em cosméticos (Rede Anaua), coordenada por Wagner Luiz Ramos Barbosa; e a Rede Babaçu-Mampa, com Maria Nilce de Souza Ribeiro como coordenadora.
Ao todo, as quatro redes somam 24 subprojetos relacionados a pesquisas em biocosméticos.Confira aqui a relação completa das redes e subprojetos recomendados.
Apesar das recomendações, esta ainda não é a decisão final do comitê, que deverá ainda definir o resultado final do edital após a conclusão da etapa de ajustes técnicos e orçamentários.
Próximos passos
Segundo a diretora técnico-científica da FAPEAM, Patrícia Sampaio, a próxima etapa para a definição das redes que vão receber os recursos previstos, na ordem de R$ 6,6 milhões, será uma reunião entre os coordenadores gerais das redes recomendadas e Comitê de Avaliação para os devidos ajustes. A reunião vai ocorrer na sede da FAPEAM, em Manaus, no dia 20 de abril, às 9h. "A presença de todos é indispensável para continuidade do processo de julgamento das propostas", afirmou Sampaio.
Processo de avaliação
A recomendação das quatro redes ocorreu após reunião, realizada na última quinta-feira, dia 8, na Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam) em Manaus, com a participação do comitê gestor da RedeBio. A reunião encerrou mais uma etapa do processo de avaliação das propostas submetidas à Rede de Pesquisas em Biocosméticos (RedeBio), que conta com a parceria das Fundações de Amparo à Pesquisa (FAPs) do Maranhão (Fapema), Pará (Fapespa) e Fundação de Tecnologia do Estado do Acre (Funtac).
De acordo com o diretor-presidente da Fapeam, Odenildo Sena, a recomendação das redes vai possibilitar que pesquisas sejam realizadas, simultaneamente, em vários Estados rendendo resultados práticos em um menor tempo. “Uma vez que temos vários pesquisadores envolvidos numa determinada pesquisa, para gerar um ou vários produtos, as chances dos resultados aparecerem de forma mais rápida aumenta, pois trabalhando juntos há a troca de informações e resultados”, explicou Sena.
Importância regional
Segundo o presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Pará (Fapespa), Ubiratan Holanda Bezerra, a Redebio representa um movimento muito interessante das Faps, pois complementa a capacidade de cada uma nas áreas de pesquisas em biocosméticos.
Bezerra disse ainda que os representantes da região amazônica precisam investir maciçamente para poder gerar mais tecnologias para as empresas e, com isso, torná-las mais competitivas. “Já temos no Estado do Pará empresas que trabalham com produtos à base de castanha, copaíba e andiroba. Temos sabonetes e cosméticos feitos por pequenas empresas, mas precisamos ampliar os conhecimentos sobre as potencialidades desses produtos”, afirmou.
A diretora técnica da Fundação de Tecnologia do Acre (Funtac), Tânia Guimarães, explicou que a área de biocosméticos é fundamental para o desenvolvimento da região Norte e as Faps estão potencializando as competências dos técnicos através de fomento e redes de pesquisa. “Nosso objetivo aqui é desenvolver produtos a partir da biodiversidade amazônica para área de biocosmésticos e assim implementar uma indústria forte na região”, destacou.
De acordo com a diretora-presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Maranhão (Fapema), Rosane Guerra, a sistemática de fomentar pesquisa em rede é interessante, principalmente na região Norte. “A possibilidade de somar as competências locais por meio deste edital da Redebio tem grande importância pela sua interface entre a pesquisa e a indústria”, lembrou.
Sobre a RedeBio
Babaçu e castanha-do-brasil estarão no foco das pesquisas (Fotos: Divulgação)
Criada a partir de uma iniciativa da FAPEAM, a RedeBio é um programa que envolve recursos da ordem de R$ 6,6 milhões disponibilizados pelas Faps, com possibilidade de receber recursos suplementares do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), voltados a financiar projetos que explorem, de forma sustentável, os recursos naturais da floresta (andiroba, copaíba, castanha-do-brasil e babaçu), visando à geração de produtos inovadores em biocosméticos.
Do total de recursos do programa RedeBio, R$ 2,1 milhões são oriundos da Fapeam, R$ 2,1 milhões da Fapema, R$ 2,1 milhões da Fapespa, e R$ 300 mil da Funtac.
Ao todo, foram submetidas 42 propostas, sendo 19 do Amazonas, oito do Pará, sete do Maranhão, cinco do Acre e três do Tocantins. Das propostas aprovadas, o maior número de recursos ficará com o Estado do Amazonas, que teve 12 projetos contemplados pelo edital. Em seguida, vem o Estado do Pará com seis projetos aprovados. O Acre e o Maranhão tiveram o mesmo número de propostas recomendadas, três em cada Estado.
Agência Fapeam