Pesquisa apoiada pelo Governo do Amazonas aponta potencial econômico de resíduos sólidos do setor madeireiro
O conhecimento químico e tecnológico, a busca de potencial biológico de espécies madeireiras da Região Amazônica, a descoberta de algumas moléculas e o potencial biológico das biomoléculas para a investigação do princípio ativo como antimalárico, antifúngico, antibacteriano e inseticida foram alguns dos resultados encontrados em pesquisa apoiada pelo Governo do Amazonas, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam).
Amparado via Programa de Apoio à Pesquisa – Universal Amazonas, o estudo intitulado “Fitoquímica, Aspectos Tecnológicos e Prospecção de Princípios Ativos em Resíduos Sólidos do Setor Madeireiro”, estimula o aproveitamento de descartes, a preservação do meio ambiente e a obtenção de modelos de moléculas, oriundas de serragens que são descartadas pelo setor madeireiro, visando nortear o potencial econômico e contribuir para o conhecimento da biodiversidade amazônica.
A coordenadora da pesquisa, doutora em química Maria da Paz Lima, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), afirmou que foram utilizados os resíduos madeireiros das seguintes espécies de plantio, área de manejo ou de demolição: acácia (Acacia mangium), angelim-pedra (Hymenolobium petraeum), angelim-rajado (Zygia racemosa), breu-vermelho (Protium puncticulatum), breu-vermelho (Protium tenuifolium), camarurana (Dipteryx polyphylla), cedro (Cedrela odorata), ingá (Inga alba), ipê-amarelo (Tabebuia serratifolia), jatobá (Hymenaea courbaril), louro-aritu (Ocotea neesiana), louro-faia (Roupala montana), macacaúba (Platymiscium ulei), samaúma (Ceiba pentandra), sucupira-vermelha (Andira parviflora) e tatajuba (Bagassa guianensis).
“A divulgação dos resultados do projeto tem auxiliado o setor madeireiro e a sociedade em geral a valorizar os resíduos sólidos. O aproveitamento do descarte de resíduos sólidos tem um papel importante na preservação do meio ambiente, sobretudo quando esse é enriquecido com conhecimento químico, tecnológico e biológico”, disse a pesquisadora.
O estudo contou com a contribuição de pesquisadores das áreas de Engenharia Florestal, Química de Produtos Naturais e Farmacologia, permitindo abordagens de temas variados, como: a avaliação das propriedades tecnológicas da madeira, os estudos fitoquímicos para purificação e identificação das moléculas por Ressonância Magnética Nuclear e outras técnicas espectroscópicas e os ensaios biológicos para busca dos princípios ativos.
Com os resultados do projeto, o grupo acrescentou um número significativo de amostras no Banco de Moléculas do Laboratório de Química de Produtos Naturais (LQPN), do Inpa, fornecendo uma base de dados para outros projetos direcionados à busca de princípios ativos.
Apoio da Fapeam
“O recurso financeiro concedido pela Fapeam foi fundamental para os resultados do projeto. A importância da pesquisa foi a agregação de valor aos resíduos sólidos, que além dos conhecimentos científicos gerados, contribuiu de forma positiva com a preservação do meio ambiente”, afirmou Maria da Paz.
Universal Amazonas
O projeto foi executado de 2019 a 2021, edital n° 002/2018, do Programa Universal, que visa financiar atividades de pesquisa científica, tecnológica e de inovação, ou de transferência tecnológica, em todas as áreas do conhecimento, que representem contribuição significativa para o desenvolvimento socioeconômico e ambiental do Estado do Amazonas em instituição de pesquisa ou ensino superior ou centro de pesquisa, públicos ou privados, sem fins lucrativos, com sede ou unidade permanente no Amazonas.
Portfólio
Essa e outras pesquisas coordenadas exclusivamente por mulheres cientistas, que atuam na capital e no interior do Amazonas, com o apoio do Governo do Amazonas, estão disponíveis no Portfólio de Investimentos e Resultados de Pesquisas do Amazonas – Vol.03, organizado pela Fapeam, sendo um total de 50 estudos já finalizados. Para saber mais, acesse o link aqui.
Por: Diovana Rodrigues (Decon/Fapeam)
Fotos: Acervo da coordenadora da pesquisa, Maria da Paz Lima