Redes sociais impulsionam linguagem escrita e falada
06/12/2011 – Com o surgimento das redes sociais as pessoas partiram em busca de novas formas de expressão rápidas e funcionais para poupar tempo na hora de escrever. Com base nisso estudantes da Fundação Centro de Análise, Pesquisa e Inovação Tecnológica (Fucapi), desenvolveram o projeto ‘A revolução na linguagem escrita e falada no Brasil impulsionada pelos novos meios de comunicação’, que foi desenvolvido no âmbito do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica Júnior (Pibic-Jr),financiado pelo Governo do Amazonas via Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM) e Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
Coordenado pela professora Gabriela Aparecida Perim, da Fucapi, o projeto é desenvolvido junto aos alunos: Ana Maia, Halef Freitas, Victoria Souza e Ana Paula Maciel. O objetivo da pesquisa foi obter informações sobre as novas abreviações usadas nas redes sociais e como essa nova linguagem influencia no cotidiano da população.
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“O que preocupa é quando o indivíduo não sabe diferenciar a linguagem da internet e a linguagem formal. Isso ocorre muito em trabalhos escolares ou até em propostas de trabalho, o que é realmente prejudicial tanto para quem escreve quanto para quem lê”, afirmou Ana Paula Farias Maia, uma das bolsistas do projeto.
Redes sociais
Com o avanço da tecnologia o mundo vem se adaptando de forma muito rápida e, a cada dia, um número maior de pessoas ingressa no mundo virtual.
As pessoas que se utilizam das novas redes visam à simplificação da língua portuguesa. A eliminação de vogais e algumas letras também se configuram em um problema. As pessoas que utilizam a internet procuram poupar tempo e se expressar de forma rápida. Nos anos 90, isso era pior, segundo a professora. "Quando as pessoas começaram a ter um acesso maior à internet com o surgimento das redes, blogs e salas de bate-papo, o surgimento de novas ‘línguas’ foi mais constante. Somente as pessoas que entendiam os novos códigos podiam participar das salas de conversa", afirmou.
Durante a pesquisa na Fucapi foram estudadas redes sociais como o Orkut, Twitter, Facebook, Formspring, Messenger, entre outras. Os resultados mostraram que essas redes fazem com que os adolescentes escrevam cada vez mais errado e/ou resumidamente, prejudicando assim, não somente a linguagem falada, mas também a escrita. “Em um futuro muito próximo, essa adaptação do português pode acarretar consequências, pois está sendo gerada uma nova língua que poderá prejudicar jovens e também adultos em suas carreiras profissionais”, destacou a professora Gabriela Perim.
Messenger
Ainda segundo a pesquisa, o Messenger ou MSN, considerado uma das novas formas de comunicação, é a forma preferida de se comunicar, pois as pessoas conversam instantaneamente ou por e-mail trocados com muita facilidade. Por isso, o MSN é apontado como a principal fonte de abreviaturas ou o chamado ‘internetês’.
Durante a realização do projeto foi feita a análise de três conversas distintas no Messenger, realizadas por jovens a partir da qual pôde-se observar o uso de abreviações de forma mediana. Na maioria das vezes, foram utilizadas vogais ou consoantes de forma repetida para enfatizar as palavras, como por exemplo: ‘neeh’, ‘ti amuuu’, ‘seii’, entre outras, além de digitações aleatórias para demonstrar risadas ‘rsrsrs’, ‘kkkkkk’, ou o uso de símbolos para demonstrar sentimentos ‘;-)’ou opiniões ‘:-|’.
De acordo com os alunos participantes do projeto, o problema com as abreviações não é um problema somente dos adolescentes ou das crianças, mas sim de toda a sociedade e, se a maioria destes indivíduos confunde a linguagem formal com a linguagem da internet durante a segunda década da vida, daqui há algum tempo, teremos adultos analfabetos em relação ao português coloquial.
Sobre o Pibic Jr
Esse programa, desenvolvido pela FAPEAM em parceria com o CNPq, consiste em apoiar, com recursos financeiros e bolsas, a inserção de estudantes do Ensino Médio em projetos de pesquisa em instituições públicas e privadas do Estado do Amazonas.
“Participar de um projeto como esse dentro do Pibic Jr, nos ajudou muito devido à linguagem. Conseguimos compreender e saber distinguir o certo do errado”, finalizou a estudante Ana Maia.
Redação: Nefa Costa
Edição: Ulysses Varela – Agência FAPEAM