5º Preparatório do Fórum Mundial de Ciência 2013 debate oceanos, clima e desenvolvimento


18/04/2013 – As consequências das mudanças climáticas e a necessidade de formulação de políticas públicas para enfrentá-las, as energias renováveis e a sustentabilidade dos oceanos, a educação para a ciência e a difusão e acesso ao conhecimento foram alguns dos temas debatidos no 5º Encontro Preparatório do Fórum Mundial de Ciência 2013, realizado no Recife, anteontem (15/04) e ontem (16/04). Com a presença de cerca de 100 pessoas, o evento teve como tema central ‘Oceanos, Clima e Desenvolvimento’ e a participação de pesquisadores e palestrantes do Brasil e do exterior.

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Na manhã de segunda-feira, a coordenadora-geral para Mar e Antártica da Secretaria de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Janice Romaguera Trotte Duhá, falou sobre o tema ‘Novas orientações para a pesquisa oceanográfica no Brasil’. Em sua apresentação, ela anunciou que, em breve, o governo federal deverá criar o Instituto Nacional de Pesquisa sobre os Oceanos, como forma de fortalecer a base de pesquisa e de infraestrutura tecnológica na oceanografia.

Ela informou ainda que o MCTI irá adquirir um novo navio oceanográfico com capacidade para embarcar entre 40 a 60 pesquisadores. De acordo com Duhá, o objetivo dessas ações é o de contribuir para incorporar o oceano como eixo de desenvolvimento nacional e implementar uma política de acesso a todos os dados gerados sobre o oceano.

‘Ambientes marinhos tropicais: Heterogeneidade espaço-temporal e resposta às mudanças climáticas’ foi o tema de outra palestra proferida na segunda-feira. Nela, o pesquisador José Maria Landim Dominguez, da Universidade Federal da Bahia (UFBA), fez um alerta sobre a erosão na zona costeira e ambientes marinhos, provocada ou não pelo nível dos oceanos. Outro ponto importante na explanação do pesquisador foi a poluição.

De acordo com ele, o aumento de poluentes está causando uma alteração na população marinha. A região tropical do Brasil, principalmente a Nordeste, é uma das mais ameaçadas. "Nessa área encontram-se os recifes de corais, os manguezais e as maiores descargas fluviais", disse. "Quaisquer mudanças podem causar desastres ecológicos e financeiros muito grandes. Exceto Rio de Janeiro e São Paulo, no Sudeste, a presença humana se faz muito mais forte na região Nordeste do que na Sudeste."

Na terça-feira, o doutor em Economia e pesquisador da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Paulo Fernando de Moura Bezerra Cavalcante Filho, apresentou um panorama da Economia Política para o Desenvolvimento da Ciência. "O desempenho da ciência depende de seus investidores", explicou. "O Estado investe em ciência para promover sua soberania sobre o território, enquanto que o setor privado investe em ciência com a intenção de acumular riquezas. Por isso, sempre teremos inevitavelmente um cenário conflituoso. A evolução da produção científica, dada à incerteza das limitações, apontariam distintos modelos limitados e conflitantes."

Mais tarde, foi a vez da palestra do pesquisador Ildeu de Castro Moreira, do MCTI, que falou sobre o tema ‘Difusão e acesso ao conhecimento e interesse social’.  Para ele, não foi por acaso que o Brasil foi escolhido para sediar o próximo Fórum Mundial de Ciência, em novembro deste ano, no Rio de Janeiro. Entre vários pontos que contribuíram para a escolha, está o fato de o País ser pacífico e livre de conflitos; ter políticas públicas de diminuição da pobreza e, principalmente, registrar crescimento expressivo na área da pesquisa.

Para ele, o Brasil tem a capacidade de mobilizar. "Quando o brasileiro gosta do tema, ele participa", disse. "Na Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, que em 2012 aconteceu em Garanhuns, cinco milhões de pessoas visitaram a nossa página. No ‘pH do Planeta’, que realizamos em 2012, como parte do Experimento Global conduzido durante o ‘Ano Internacional da Química – (AIQ 2011)’, distribuímos 35.300 kits e tivemos mais de 54 mil alunos envolvidos".

Fonte: Jornal da Ciência

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