‘Mulheres que Brilham na Ciência’ apresenta a entrevista com Dominique do Carmo


A série de entrevistas “Mulheres que Brilham na Ciência, Tecnologia e Inovação do Amazonas”, da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), apresenta nesta semana a entrevista com a doutora em Química, Dominique Fernandes de Moura do Carmo, pesquisadora com maior número de projetos contratados pela Fapeam no interior.

“Mulheres que Brilham na Ciência, Tecnologia e Inovação do Amazonas” integra as ações do Movimento Mulheres e Meninas na Ciência e entrevista as pesquisadoras homenageadas neste ano no “Café com Elas”, evento de abertura do Movimento, realizado no dia 10 de fevereiro.

O Governo do Amazonas instituiu no Plano Plurianual 2020-2023, uma linha estruturante denominada “Meninas e mulheres na ciência e no empreendedorismo científico”, como uma política pública para incentivar uma maior participação feminina na CT&I e, assim, contribuir para redução das desigualdades de gênero na ciência.

Convidamos você para conhecer a doutora em química, Dominique do Carmo, do Instituto de Ciências Exatas e Tecnologia (Icet), da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), em Itacoatiara, sendo a pesquisadora com maior número de projetos contratados pela Fapeam no interior. Atualmente, é coordenadora do Programa de Pós-graduação em Ciência e Tecnologia para Recursos Amazônicos (PPGCTRA).

Boa leitura!

FAPEAM: Por que é necessário ter mais mulheres na ciência?

Dominique do Carmo – Ao longo da história, a mulher apresentou contribuições expressivas na ciência e grandes avanços foram promovidos por sua atuação na pesquisa. Com isso, vários são os exemplos dos feitos notórios de cientistas femininas, como Marie Curie e Rosalind Franklin, que apesar das inúmeras dificuldades, não desistiram da carreira científica e foram tão capazes quanto os homens para contribuir com avanços para a sociedade. Além disso, pensar na atuação feminina em ambientes científicos também significa reconhecer a importância de algumas características das mulheres. Criadas em cenários adversos, com inúmeros desafios no dia-a-dia, elas desenvolvem uma grande capacidade de resiliência e com uma incrível capacidade de executar muitas tarefas ao mesmo tempo, estas características estão fazendo a diferença na atuação das mulheres nos campos acadêmicos e mercado de trabalho formal, logo, são muito importantes o incentivo e a valorização da mulher na área científica.

DOMINIQUE FERNANDES DE MOURA CARMO 04

FAPEAM: Quais foram os principais desafios enfrentados pela senhora para atuar no campo da Ciência?

Dominique do Carmo – Sem dúvida conseguir conciliar a ciência e a maternidade. Nós mulheres assumimos os principais papéis nos cuidados da casa e dos filhos, o que diminui o tempo disponível para a ciência e a produção acadêmica, mas com a ajuda de outras pessoas, como meu marido e os parceiros na pesquisa, além da dedicação constante dos meus alunos, está sendo possível desenvolver os trabalhos científicos na minha área de atuação.

Fapeam:  Como a sociedade civil também pode contribuir para formação de futuras cientistas?

Dominique do Carmo – Reforçar a igualdade de gênero e ampliar a representatividade feminina são ações urgentes e fundamentais nas instituições e na sociedade. Uma proposta seria desenvolver ações que estimulem meninas e mulheres oriundas de escolas públicas, áreas periféricas ou historicamente e socialmente vulnerabilizadas a conhecerem a atuação de cientistas, suas trajetórias de vida e trabalhos desenvolvidos. Incentivar estudantes desde o início dos seus estudos e muni-las com conhecimento é a chave para que essas meninas acreditem que são capazes e busquem seu espaço, para que assim, a humanidade possa ter um legado ainda maior na lista de mulheres cientistas que alcançaram grandes descobertas científicas.

FAPEAM – Como cientistas mulheres podem inspirar futuras pesquisadoras?

Dominique do Carmo – Mulheres que fizeram o percurso da Ciência se transformaram em um grande incentivo para a sociedade, suas histórias pessoais e profissionais são inspirações para as garotas que pretendem seguir carreira nas ciências. Mas suas histórias precisam serem contadas e estudadas com mais profundidade nas Escolas, considerando que as cientistas mulheres merecem todas as celebrações por suas grandes descobertas.

 

Por: Diovana Rodrigues – Decon/Fapeam

Fotos:Érico Xavier – Decon/Fapeam

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