Encontro para discutir políticas linguísticas para o fortalecimento das Línguas Indígenas é apoiado pela Fapeam
Iniciou, nesta quarta-feira (9/8), o “I Encontro Nacional para a Década Internacional das Línguas Indígenas”, com apoio do Governo do Amazonas, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam). O evento visa discutir e elaborar diretrizes para a criação de políticas linguísticas para línguas indígenas no Brasil, através de um debate entre indígenas e não indígenas envolvidos no Grupo de Trabalho (GT) Nacional.
Com o tema “Políticas Linguísticas para o Fortalecimento das Línguas Indígenas”, o encontro segue até sexta-feira (11/8), no Centro de Formação Xare, localizado na Chácara do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), na BR-174.
Na abertura do evento, a diretora-presidente da Fapeam, Márcia Perales Mendes Silva, foi representada pela assessora, Maria Fulgência Bandeira, que na ocasião reforçou a importância da participação da Fundação no debate sobre o desenvolvimento de políticas públicas para as línguas indígenas, tanto em nível regional, quanto nacional.
“O Amazonas, por intermédio da Fapeam, já financia 59 pesquisas com a temática indígena, incluindo a Linguagem Indígena, desde a educação básica até a pós-graduação. Assim, a Fapeam pode contribuir na desaceleração do processo de extinção e do adormecimento das línguas e linguagem indígenas, bem como para o fortalecimento real da língua”, destacou Fulgência.
A representante dos povos indígenas do GT Mundial para a Década Internacional das Línguas Indígenas (Dili 2022-2032) e coordenadora geral de Articulação de Políticas Educacionais Indígenas, do Departamento de Línguas e Memórias Indígenas, ligado ao Ministério dos Povos Indígenas, Altaci Corrêa Rubim (Tataiya Kokama), reforçou que os três dias de evento são para criar um ambiente de discussões sobre políticas públicas a serem implementadas em todo o país.
“As ações precisam ser subsidiadas pelas epistemologias indígenas, onde vamos criar os textos sobre o que é bem-viver para os povos indígenas dentro das línguas indígenas ou o que é reflorestar mentes dentro dessa política que estamos pensando”, exemplificou Altaci.
Compuseram a mesa de abertura do evento, a representante do GT Nacional, Anari Braz, o presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Leandro Grass, Thaís Sarmento Fernandes – da Rede de Mulheres Indígenas do Estado do Amazonas (Makira E’ta), Hudson Pereira Gama – do Fórum de Educação Escolar e Saúde Indígena (Foreia), Joede Michiles – da Articulação das Organizações e Povos Indígenas do Amazonas (Apiam), Aline Solimões – do Instituto Federal do Amazonas (Ifam), além do diretor da Faculdade de Letras (Flet), da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Robert Langlady Lira Rosas e Jeiviane Justiniano, da Universidade do Estado do Amazonas (UEA).
Sobre o evento
A Década Internacional das Línguas Indígenas foi instituída na Assembleia Geral das Nações Unidas (AGNU), da Organização das Nações Unidas (ONU), como resultado do ano internacional das línguas indígenas, proclamado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), em 2019, e motivada pelos povos indígenas da Bolívia.
O plano de ação para esse período tem o lema “Nada para nós sem nós”, que visa estabelecer a participação efetiva dos povos indígenas nos processos de tomada de decisão, consulta, planejamento e implementação, como princípios norteadores para a Década Internacional das Línguas Indígenas.
As atividades para os três dias do evento incluem mesa-redonda, rodas de conversa sobre experiências em projetos de revitalização e retomadas de línguas indígenas, grupos de trabalho e plenárias de discussão e deliberação sobre as propostas elaboradas.
Com a realização do GT Nacional e do GT Amazonas, o evento conta também com instituição parceiras renomadas, como: Embaixada dos Estados Unidos no Brasil, Ministério dos Povos Indígenas, Fundação Nacional dos Povos Indígenas, Fundação da Amazônia Sustentável (FAS), Universidade Federal do Amapá (Unifap), Universidade do Arizona (EUA) e entre outros.
Texto e Fotos: Diovana Rodrigues – Decon/Fapeam