Seminário discute cobertura jornalística na Amazônia
Analisar e debater a cobertura jornalística na Amazônia no cenário local e internacional é a proposta estabelecida pelo Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado do Amazonas (SJPAM) e pela Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) durante a 5ª Feira Internacional da Amazônia (Fiam 2009).
O ciclo de palestras começou nesta quinta-feira (26) e se estende até esta sexta-feira (27). Durante a programação, a palestra “A cobertura jornalística internacional na Amazônia” traz o tema da cobertura dos correspondentes estrangeiros na região, do impacto da imagem no cenário mundial e da produção jornalística e seus reflexos na imprensa internacional.
Na abertura do evento, profissionais e estudantes de jornalismo marcaram presença para discutir a atual situação de veiculação da Amazônia no cenário local e internacional.
A mesa-redonda foi composta por profissionais renomados, entre eles o presidente do SJPAM, César Wanderley, o presidente da Associação dos Profissionais Repórteres Fotográficos e Cinematográficos do Rio de Janeiro, Alberto Jacob Filho, os correspondentes internacionais Roberto Cattani (Itália), Verônica Goyzueta (Espanha) e Jan Rocha (Inglaterra), e o editor do núcleo de projetos especiais do jornal "A Crítica", Antonio Ximenes.
Segundo o presidente do SJPAM, César Wanderley, é a primeira vez que acontece um seminário desse porte na Fiam e o objetivo é fazer uma reflexão sobre que tipo de jornalismo está sendo feito e buscar novas pautas para a imprensa desmistificar a idéia de uma região selvagem e intocável.
“A cobertura da Amazônia, principalmente no aspecto científico, ainda é muito resumida, voltada mais para escândalos ou catástrofes, como aconteceu no período da cheia este ano”, afirmou.
Wanderley frisou que as pessoas só sabem mais sobre a Amazônia quando as notícias ganham corpo no cenário internacional. “Quando os jornalistas internacionais divulgam, por exemplo, o desmatamento, a repercussão vem com mais força”.
Jornalista Verônica Goyzueta
Para os correspondentes internacionais, cobrir a Amazônia é uma tarefa difícil. “As cidades são muito longe uma das outras, além do custo que é muito elevado”, disse Verônica Goyzueta. Outra dificuldade é a demora no repasse das informações para as grandes mídias.
Para Roberto Cattani, também é preciso diferenciar os tipos de coberturas jornalísticas, pois existem enviados especiais e correspondentes fazendo reportagens. “Há uma diferença entre o enviado e o correspondente. O enviado passa pouco tempo no local e não consegue apurar os vários desdobramentos da notícia. Já o correspondente passam mais tempo, conhece e tem mais aproximação dos fatos e veste a camisa da causa”.
A palestrante do dia, Jan Rocha, também deixou o seu recado. “Quando cheguei em Manaus, fiquei impressionada com o seu desenvolvimento. Manaus é uma cidade especial, que fica ao lado do maior rio do mundo e da maior floresta tropical”. A jornalista mora no Brasil há 40 anos e cobre a Amazônia desde os anos 70. Participou de grandes viagens pela região fazendo registros e entre as suas maiores façanhas está a entrevista com Chico Mendes antes da sua morte.
Kelly Jheniffer – Agência Fapeam