Inpe divulga dados da emissão de CO2 por desmatamento


Pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe/MCT) desenvolveram uma metodologia para quantificar as emissões de CO2 por desmatamento na Amazônia Legal. O estudo aponta as emissões de toda a extensão da floresta e também por região, que abrange os Estados do Tocantins, Acre, Pará, Amazonas, Roraima, Rondônia, Mato Grosso, Amapá e Maranhão.

Os dados, apresentados nesta terça-feira (24), em Brasília, pelo chefe do Centro de Ciência do Sistema Terrestre, Carlos Afonso Nobre, revelam que o desmatamento na Amazônia contribuiu consideravelmente para as emissões globais de dióxido de carbono (CO2), um dos gases causadores do efeito estufa. Em 2008, as emissões atingiram 500 milhões de toneladas de CO2.

O estudo retrata ainda a contribuição de cada Estado para a concentração de CO2 na atmosfera. De acordo com a metodologia, os Estados que mais contribuem com a emissão do CO2 são Pará, Rondônia e Mato Grosso.

A pesquisa calculou as emissões anuais a partir do desflorestamento na Amazônia Legal, combinando o mapa de biomassa, que representa a heterogeneidade intra-regional dos valores de biomassa e os dados de incremento de desmatamento a partir do monitoramento da floresta amazônica brasileira por satélite do sistema Prodes de 2003 a 2008.

Os pesquisadores envolvidos na metodologia ressaltaram outros atores de emissões de CO2. A queima da madeira no primeiro ano após sua retirada chegou a quase 200 milhões de toneladas de CO2 em 2008.

A queima nos anos subsequentes chegou a cerca de 50 milhões de toneladas. Já a emissão líquida de CO2, considerando desmatamento de florestas primárias e dinâmica da vegetação secundária na Amazônia, atingiu cerca de 600 milhões de toneladas em 2008.

De acordo com Nobre, os próximos passos para o estudo são a inclusão de emissões de metano e óxido nitroso por queimadas, o aprimoramento do modelo de dinâmica de vegetação secundária e desmatamento, as parcerias com instituições de outros países amazônicos para estender estimativas para toda a bacia e o acoplamento com modelos de mudanças de uso da terra para projeção de cenários.

Cálculos

Para o cálculo das emissões de CO2, o Inpe considerou os dados do sistema Prodes, que monitora por satélite e quantifica as áreas desmatadas na Amazônia. O estudo apresenta resultados até 2008 e projeções até 2020, sendo que um dos cenários considera a redução de 80% do desmatamento em relação aos níveis atuais, meta proposta pelo governo federal.

Para subsidiar políticas de redução de desmatamento e emissões, os pesquisadores analisaram vários parâmetros de remoção florestal, como corte, queima, exploração seletiva de madeira, decomposição dos restos, regeneração entre outros.

 

Agência Fapeam

Com informações do MCT

 

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