Lançado livro sobre comidas tradicionais indígenas
Segundo Luiza Garnelo, a escolha do tema surgiu da preocupação das mulheres indígenas com o alto preço dos produtos industrializados e o abandono de hábitos alimentares tradicionais. A pesquisadora conta que o Alto Rio Negro tem um histórico em carência alimentar e a substituição de alimentos ricos em nutrientes por industrializados era uma preocupação das mulheres indígenas.
Convidados degustam iguarias indígenas durante coquetel
Exemplares podem ser adquiridos pelo telefone (92) 3621 2359 (Gilmara).
Marcelo Vasconcelos – Agência Fapeam
O livro traz receitas de iguarias indígenas como quinhapira de peixe, cozido de paca, mingau de banana madura ou caribe de massoca, temperadas com pimenta jiquitaia. Foram publicadas duas versões: uma em português e outra na língua Baniwa, que teve o apoio da Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam) para a tradução.
Outra preocupação da antropóloga é que a substituição dos alimentos tradicionais por comidas industrializadas tem impulsionado o aumento de casos de doenças como o diabetes e a hipertensão entre os índios do Alto Rio Negro. “A Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) se interessou muito pelas receitas elaboradas pelas mulheres indígenas”, afirmou.
Coimbra ressaltou que o livro sobre a culinária indígena valoriza a cultura desses povos primitivos e pode até servir de exemplo para outras tribos no Brasil. Segundo o coordenador, o interesse por esse tipo de culinária é crescente. “Chefes de cozinhas no mundo todo se interessam por essas iguarias indígenas”, destacou.
O lançamento contou com a participação da organizadora da obra, a antropóloga Luiza Garnelo, que autografou os livros, e do coordenador da Fundação Osvaldo Cruz do Rio de Janeiro (Fiocruz), Carlos Coimbra. No final foi servido um coquetel com comidas típicas para os participantes.
Foi lançado nesta quinta-feira (12), no Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas (IGHA), o livro “Comidas Tradicionais Indígenas do Alto Rio Negro”, trabalho de organizações de mulheres indígenas do município de São Gabriel da Cachoeira (a 852 quilômetros de Manaus) e pesquisadores que pretendem, com a publicação, resgatar os costumes alimentares dos índios.