PCE: malária em comunidade rural é tema de pesquisa


Um grupo de alunos oriundos da Escola Municipal Nossa Senhora de Nazaré, localizada na zona rural ribeirinha de Manaus, no Rio Amazonas, veio a Manaus para aprender com pesquisadores sobre como se prevenir e combater a malária, uma das doenças que mais acometem as populações amazônicas.

 

Segundo a professora Clotilde Tânia Rodrigues Luz, que coordena a atividade, o projeto visa conscientizar os alunos e a comunidade. “A pesquisa, que está em desenvolvimento desde o mês de junho, está voltada para situação da enfermidade entre povos rurais e ribeirinhos que moram nas proximidades da escola Nossa Senhora de Nazaré e integra o Programa Ciência na Escola (PCE), da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam)”, destaca.

 

O pesquisador Wanderli Pedro Tadei, vice-diretor do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), é um dos incentivadores da atividade. Seu grupo de pesquisa auxilia no desenvolvimento do projeto de formação de agentes de combate ao mosquito da malária e avalia os resultados em campo. “Nosso comprometimento é no sentido de preparar os estudantes para as dificuldades de seu dia-a-dia, na comunidade rural. A  Fundação de Vigilância Sanitária (FVS) também está ajudando com materiais e já disponibilizou cartilhas e os folderes de que dispõe para fazermos o trabalho de explanação sobre a malária”, afirmou o cientista.

 

Os alunos permanecem em Manaus, sendo treinados para disseminar boas práticas antimaláricas, até a sexta-feira (11/9). Ao retornarem à escola Nossa Senhora de Nazaré, a meta é que eles possam mostrar aos seus familiares e aos colegas de escola como evitar a transmissão da doença, reduzindo, assim, a quantidade de pessoas contaminadas por malária anualmente.

 

De acordo com Tadei, que é um dos maiores especialistas em malária da Amazônia, os tópicos de maior relevância sobre a malária estão sendo repassados aos alunos da escola Nossa Senhora de Nazaré, de modo que eles possam ampliar sua capacidade de entendimento sobre a doença. “Os estudantes estão acompanhando tudo in loco, aqui no Inpa, durante esse dias em Manaus. Depois, a equipe que temos no laboratório irá até a comunidade para verificar como o aprendizado está sendo aplicado na prática”, destacou Tadei.  

 

“Com os novos conhecimentos que estou adquirindo eu espero poder explicar para as pessoas que elas não podem fazer certas coisas senão estarão menos seguras e tenderão a se contaminar. Serei um multiplicador, como estão me dizendo”, enfatizou Elcijane Castro, 14 anos, aluna do 8º ano da Escola Municipal Nossa Senhora de Nazaré. “Aqui no Inpa eu estou gostando de explorar e de ver os laboratórios, onde tem as larvas (do mosquito). Essa é uma boa chance de observar as diferentes espécies e entender a doença para não pegar mais malária”, ressaltou ela.

    

Sobre o PCE

O Programa Ciência na Escola, mantido pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam) em parceria com as Secretarias de Educação Estadual (Seduc) e Municipal (Semed) e a Secretaria de Estado de Ciência  e Tecnologia (Sect), é um programa voltado a apoiar a participação de professores e estudantes do ensino fundamental, médio ou da educação profissional de jovens e adultos em projetos de pesquisa desenvolvidos nas escolas públicas municipais e estaduais do Amazonas.

 

Em 2009, o PCE soma investimentos de R$ 3,4 milhões, sendo R$ 1,3 milhão da Fapeam, R$ 1,5 milhão da Seduc e R$ 600 mil da Semed. Os recursos são destinados a auxiliar à pesquisa, no valor de até R$ 4,8 mil por projeto, e bolsas de estudos, nas modalidades Professor Jovem Cientista, no valor de R$ 461, destinada ao professor coordenador; Apoio Técnico, no valor de R$ 360, para outro professor da escola; e de Iniciação Científica Júnior, no valor de R$ 120, para cada um dos cinco estudantes que podem participar por projeto. A pesquisa tem vigência de seis meses.

 

Renan Albuquerque – Agência Fapeam

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