Resultado de pesquisa pode gerar política pública
Desenvolvida pela pesquisdora Noemia Kazue Ishikawa, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), o projeto foi financiado por meio do edital número 016/2004 da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), no âmbito do Programa Amazonas de Apoio à Pesquisa em Políticas Públicas em Áreas Estratégicas (PPOPE).
Noemia Kazue Ishikawa apresenta sua pesquisa na Sect-AM
Segundo a cientista, a pesquisa foi desenvolvida durante quatro anos nas comunidades de Santa Clara e Santa Rosa, em São Paulo de Olivença, interior do Amazonas. Ela disse que foram verificardos gargalos, como carência de capacitação técnica, deficiência de padronização no processo de coleta e beneficiamento da semente da andiroba. Além disso, a ausência de tabela de preço mínimo e o mercado desorganizado prejudicam a obtenção de renda dos moradores.
Apesar das dificuldades, a grande vantagem do uso do óleo de andiroba é que este “não é perecível, além de ocorrer em abundância na Amazônia, sendo de fácil manejo, com a árvore começando a produzir óleo entre quatro a oito anos”, disse Kazue. Ela afirmou que, hoje, a comunidade já extrai para renda. Em sua pesquisa, foi feita a padronização do processo que envolve a cadeia produtiva. Além disso, a andiroba tem uma boa aceitação no mercado, podendo ser industrializada no pólo cosmético.
Dirigentes discutem proposta de política pública para a pesquisa
Durante o encontro, os representantes das comunidades indígenas do Alto Solimões, Sérgio Tikuna e Alverino Tikuna, disseram que estavam representando os cinco municípios e as dez comunidades indígenas da região e pediram a prorrogação das pesquisas no local e sua ampliação para as outras comunidades que necessitam de capacitação técnica para continuarem com a extração do óleo de andiroba, além da construção da casa da andiroba.
Para o secretário de Ciência e Tecnologia, José Aldemir de Oliveira, um dos grandes empecilhos da pesquisa é a transferência para a sociedade e sua transformação em ações públicas que gerem processos e produtos. “É preciso criar mecanismos para chegar ao cidadão”, completou. A mesma opinião é compartilhada pelo diretor-presidente da Fapeam, Odenildo Sena. Para ele, apesar do salto dado na formação de recursos humanos, ainda há o que fazer devido às demandas. “Especificamente a extração do óleo deve ter continuidade e ser ampliada”, salientou.
Luís Mansuêto – Agência Fapeam