GEEA do Inpa debate manejo madeireiro
O Grupo de Estudos Estratégicos da Amazônia, coordenado a partir do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), discutiu na última terça-feira (13/5), em Manaus, a evolução dos processos de manejo florestal e madeireiro na região. O cientista Niro Higuchi, especializado em técnicas sustentáveis para a exploração de madeireira, palestrou sobre sua área de atividade no âmbito dos novos desafios amazônicos no segmento do manejo.
Sylvio Puga, professor de economia da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), e Elizabeth Brocki, diretora técnico-científica da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), participaram do debate. Ambos ressaltaram a necessidade que os trabalhadores do setor madeireiro possuem hoje de praticar a sustentabilidade a partir de planos de manejo.
Niro ressaltou, dentre outras questões, a importância do mercado consumidor na geração de emprego e renda para populações rurais e ribeirinhas da Amazônia. Segundo ele, o bioma deve ter uma participação mais efetiva nesse mercado, porém de forma sustentável, sem que haja agressões à floresta. “A associação para o conhecimento é uma proposta interessante”, enfatizou, ressaltando a importância da interdisciplinaridade e o trato com as populações tradicionais da Amazônia.
“O que mais chamou a atenção foi o pesquisador ter deixado claro que é necessária uma mudança de mentalidade para que as pessoas que vivem na Amazônia possam explorar racionalmente os recursos madeireiros”, avaliou Sylvio. Já Elizabeth Broki destacou a falta de especialistas no setor, problema qua Fapeam tenta resolver. “Há poucos bolsistas em produtividade no Estado para o setor de tecnologia da madeira. Precisamos mudar essa realidade”, avaliou
O grupo encerrou as atividades apontando para a problemática de se fomentar o conhecimento científico junto aos trabalhadores do setor madeireiro do Estado.
Histórico
O setor madeireiro é um exemplo bem sugestivo para discutir e refletir sobre o conceito de desenvolvimento sustentável. Tanto a matéria-prima madeira quanto todos os outros produtos que dependem do abrigo da floresta tem tido uma forte interação com os seres humanos, desde o surgimento do gênero Homo no planeta.
Em todos os países, sem exceção, a coexistência teve um início muito parecido: a partir de uma problemática social. Para mudar esse histórico, Niro tem atuado no sentido de estudar o manejo florestal na Amazônia nos últimos 25 anos.
Renan Albuquerque – Agência Fapeam