III Mostra Amazônica do Filme Etnográfico discute o olhar sobre as produções locais
Apoio da Fapeam torna possível a realização do evento que acontece até domingo (19), com a entrega do Troféu Muiraquitã aos vencedores da Mostra Competitiva
Com uma programação intensa e repleta de atividades, o Núcleo de Antropologia Visual da Universidade Federal do Amazonas (Navi/ Ufam) realiza, até o próximo domingo (19), a III Mostra Amazônica do Filme Etnográfico, no Teatro Gebes Medeiros, no Centro de Manaus.
Ao todo serão exibidos 22 filmes que participam da Mostra Competitiva, entre eles, filmes locais, nacionais e internacionais que retratam a Amazônia. Também são realizadas a Mostra Paralela de Vídeos, a Mostra DOCTV Amazônia, uma Mesa Redonda, além de três mini-cursos, oficinas e fóruns de debates, todos realizados em Manaus, com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado Amazonas (Fapeam).
Segundo a coordenadora do Navi, Selda Vale, doutora em Antropologia, a III Mostra acontece em meio a um turbilhão de acontecimentos (eleições, eventos nacionais, Semana de C&T, festivais de cinema e outros), mas pelo que se viu no dia da abertura do evento, tudo indica que será um sucesso.
“Foi gratificante ver o auditório lotado de pessoas que, assim como nós, demonstram preocupação com a produção audiovisual sobre a nossa região. È bom saber que estamos no caminho certo quando decidimos refletir sobre possíveis respostas quanto às maneiras sobre como estamos nos vendo em termos de imagem produzida por nós mesmos”, ressalta Senda Vale.
DOCTV
Um dos diferencias do evento deste ano é o enfoque dado sobre o Projeto DOCTV, um programa do Ministério da Cultura que surgiu com o objetivo de estimular a produção audiovisual em todo o País e fomentou a produção de filmes locais na Amazônia.
“Além da exibição destes documentários que retratam a região amazônica, a maioria dos produtores do DOCTV estão em Manaus para discutir a produção dos mesmos, dando, assim, contribuições para a análise do material já existente e de futuras produções, tanto sobre questões temáticas, burocráticas e até legais dos vídeos”, comenta Selda Vale.
Na terça feira (15), no auditório Gebes Medeiros, convidados como Thiago Briglia, Marcelo Silva e Charlene Lima discutiram a experiência do DOCTV na Amazônia.
Mostra Competitiva
Dos 22 trabalhos inscritos para a mostra competitiva de 2008, a metade dos filmes é do Amazonas. Os demais foram produzidos em outros estados e até países, como: Pará, Goiás, Espirito Santo, Mato grosso; Espanha e Inglaterra (BBC), respectivamente.
Na maioria, são vídeos produzidos por pessoas que atuam na Amazônia e acabam se interessando por mostrar a realidade da região para as pessoas que não vivem aqui. Segundo a coordenadora do Navi, Selda Vale, isso demonstra o quanto a Mostra Etnográfica é importante, pois além de reunir este material e analisar a sua forma de produção, contribui para a melhoria qualitativa do material e das pessoas envolvidas nesse processo.
Entre os filmes que disputam o Troféu Muiraquitã, em 2008, nas categorias: melhor curta, melhor longa, melhor média metragem e melhor filme escolhido pelo júri popular, estão as obras: “Jovens”, “Tefé”, “AM”, “Tribus de Manaus” e “Viagens das idéias”. O resultado dos vencedores será divulgado no domingo, dia 19, durante a cerimônia de encerramento da III Mostra Amazônica do Filme Etnográfico.
Filme e Pesquisa
Os organizadores do evento destacam que o apoio da Fapeam foi fundamental para realizar a Mostra, pois os recursos investidos por meio do Programa de Apoio à Realização de Eventos Científicos e Tecnológicos no Estado do Amazonas (Parev), próximo a R$ 15 mil, tornaram possível o translado e participação de expositores do evento.
Quanto ao investimento em pesquisa, Selda Vale faz questão de frisar que o filme etnográfico possui algumas características próprias, entre elas, o fato do produtor necessitar ir mais a fundo nas pesquisas para compreender o tema e expô-lo à sociedade.
“Ao mesmo tempo em que o trabalho é o resultado de uma pesquisa, existe todo um processo produtivo como roteiro, criação artística e elaboração técnica. Todas estas etapas necessitam de pessoas qualificadas e, principalmente, com um olhar consciente daquilo que esta fazendo”, finaliza.
A programação completa da III Mostra Etnográfica está disponível no site: www.mostraetonografica.ufam.edu.br.
Ulysses Varela – Agência Fapeam