Fundações vão cobrar participação no PAC de C&T
Encontro reunirá secretários e presidentes de fundações de amparo do país e discutirá a aplicação e gerenciamento conjunto entre Estados e Governo Federal dos recursos do PAC pra área
Representantes de instituições de Ciência e Tecnologia (C&T), cientistas e pesquisadores de todo o país vão cobrar, nessa semana, em Manaus, a aplicação e gerenciamento conjunto entre Estados e Governo Federal dos recursos do Plano de Ação da Ciência e Tecnologia, o chamado ‘PAC da Ciência’.
O plano deverá ser a principal pauta do Fórum do Conselho Nacional dos Secretários de Ciência e Tecnologia (Consecti) e do Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap), que acontece nesta quarta, quinta e sexta-feira, no Centro Cultural Povos da Amazônia. São anfitriãs do evento a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam) e a Secretaria de Estado da Ciência e Tecnologia (Sect).
O ‘PAC da Ciência’ foi lançado no ano passado pelo Governo Federal, por meio do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), com previsão de investimentos de R$ 41,2 bilhões até 2010 para a consolidação de um sistema de C&T no país.
“Queremos que sejam privilegiadas as parcerias com as instituições estaduais que, por conhecer as realidades de suas regiões, sabem quais áreas estratégicas devem ser priorizadas”, afirma Odenildo Sena, presidente do Confap e diretor-presidente da Fapeam.
Os gestores das Fundações de Amparo à Pesquisa (Faps) estaduais querem chegar ao final do evento com uma proposta de agenda de trabalho, que será discutida com a participação do secretário executivo do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), Luiz Antônio Rodrigues Elias, cuja presença já está confirmada.
“A idéia é que as ações do PAC sejam definidas em conjunto, mas que, também, as Faps apresentem contrapartidas aos projetos”, explica Sena. No ano passado, somente em resposta aos projetos desenvolvidos em parceria com agências e instituições nacionais, as fundações estaduais investiram R$80 milhões, disse o diretor.
A discussão ganhou peso com a confirmação da participação do deputado Walter Pinheiro (PT-BA), presidente da Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática da Câmara dos Deputados, e do diretor do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), João Ferras.
Para Sena, no Amazonas, surgem como prioritárias ações de pesquisa sobre doenças historicamente negligenciadas, como a malária. “Queremos consolidar uma rede de pesquisa em malária no Amazonas e, para isso, vamos lançar um edital específico. Em termos de recursos estaduais, já dispomos de R$1,5 milhão para essa ação”.
Como pesquisa requer recursos humanos, o debate sobre a formação de doutores na Amazônia também deverá ser posta em discussão durante o Fórum. “Essa é uma tecla na qual vamos continuar insistindo. Precisamos formar doutores, inclusive, com o interesse e a participação de empresas instaladas na região”, avalia Sena.
Evento
No terceiro dia (18), a programação do evento destaca o 1º Seminário de Jornalismo Científico da Fapeam, no qual podem participar profissionais e estudantes de Comunicação, entre outros interessados na área.
“Além de atender o público local, o seminário permite a interlocução entre profissionais de outras regiões do país, que trabalham nas assessorias de comunicação das instituições participantes, com a nossa realidade em Ciência e Tecnologia”, ressalta Odenildo Sena.
Temas como ‘popularização da Ciência’ e ‘linguagem em Jornalismo Científico’ estão em pauta, com a participação de nomes como Ildeu de Castro, diretor do Departamento de Popularização e Difusão de C&T do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT).
Em entrevista à Agência Fapeam (https://www.fapeam.am.gov.br/noticias/noticia_2186.html), Ildeu já defendeu que a sociedade civil organizada e as instituições de pesquisa regionais devem pressionar mais ainda o Governo Federal para influenciar nos rumos da política de C&T do país, idéia convergente à proposta de gestão participativa do ‘PAC da Ciência’.