Geração de renda na RDS do Tupé


Pesquisas auxiliam comunidades ribeirinhas a complementar renda sem gerar agressões ao meio ambiente Aproveitar potencialidades e recursos naturais de forma auto-sustentável. Com este desafio, muitos dos estudiosos amazônicos vêm pesquisando a região, em busca de uma solução para as problemáticas que assolam a região. Uma dessas iniciativas vem sendo coordenada pela professora da Universidade do Estado do Amazonas (UEA) Veridiana Vizoni Scudeller, que desde 2001, executa projetos na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Tupé.

Inicialmente, os trabalhos da pesquisadora tinham por objetivo realizar o inventário da biodiversidade da reserva. À medida que trabalhava nas comunidades, a equipe do projeto conheceu os moradores da reserva e teve a idéia de realizar um trabalho com objetivo de auxiliar a população local. “Conversamos com as pessoas da comunidade Colônia Central do Tupé, que passavam por muitas dificuldades”, afirma Veridiana.

Com isso, a pesquisadora elaborou o projeto intitulado “Atividades alternativas de geração de renda: produzindo qualidade de vida através do uso racional dos recursos naturais na Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Tupé”, que contou, em sua fase inicial, com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam).

O projeto teve por objetivo desenvolver e implementar atividades de geração de renda numa perspectiva economicamente sustentável, auxiliando a comunidade a desenvolver renda própria por meio das potencialidades naturais da reserva ambiental sem agredir o meio ambiente. Dessa forma, foram realizados trabalhos com quatro produtos diferentes: óleo de copaíba, cipó-titica, cupuaçu e mudas de árvores locais.  

A pesquisa acabou enfrentando dificuldades quando parte dos moradores mudou-se para Manaus por conta das dificuldades do período de estiagem. “Muitos dos moradores acabaram abandonando a comunidade e migrando para Manaus por conta de problemas de saúde e da seca do rio”, explica Veridiana. Diante dos obstáculos, a pesquisadora não deu continuidade ao projeto, mas adquiriu um banco de dados precioso sobre as potencialidades econômicas dentro da reserva.

Com o encerramento da pesquisa, a professora criou dois outros projetos de gestão local e organização comunitária na reserva, dessa vez focando os trabalhos nas comunidades de São João do Tupé e Julião, onde são trabalhados o manejo de tambaqui em tanques de rede, e cupuaçu, respectivamente. Atualmente, esses projetos são financiados pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

“Com os dados coletados no projeto anterior, conseguimos criar esses dois novos projetos com ações mais focadas o que nos garantiu maior segurança”, explica a coordenadora. Atualmente, sete famílias estão trabalhando com manejo de tambaqui em São João e dez pessoas com cupuaçu em Julião, ambos os casos com recursos gerados de suas próprias produções.

 

Hemanuel Jhosé – Agência Fapeam

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