Programa JCA foi apresentado durante o II Seminário de Ciências do Ambiente na Amazônia e o III Encontro de Etnobiologia e Etnoecologia da Região Norte. Ele favorece a interação do conhecimento cientifico com os saberes tradicionais
 
“As pesquisas do Jovem Cientista Amazônida (JCA), por serem participativas (contam com membros da comunidade onde está sendo desenvolvido o projeto), têm essa característica acentuada”, disse a diretora técnico-científica da Fundação de Amparo a Pesquisa do Amazonas (Fapeam), Elisabete Brocki, durante a mesa-redonda “Manejo da Biodiversidade e Saberes Tradicionais”, realizada durante o II Seminário de Ciências do Ambiente na Amazônia e o III Encontro de Etnobiologia e Etnoecologia da Região Norte, na manhã desta terça-feira (20). O evento é uma iniciativa do Programa de Pós-Graduação em Ciências do Ambiente e Sustentabilidade na Amazônia, da Universidade Federal do Amazonas, e segue até a próxima sexta-feira.

O Programa JCA tem por finalidade apoiar o desenvolvimento de pesquisas voltadas para questões urbanas, preferencialmente de cidades do interior, rurais e indígenas que envolvam pesquisadores, estudantes e professores do ensino fundamental (5a a 8a série) e médio da rede pública ou programas de educação indígena.

“É importante divulgar as contribuições de produtos nos projetos vinculados ao JCA. Vários registros mostram o conhecimento tradicional”, afirma Brocki.

Por meio do Programa JCA, foram desenvolvidos diversos produtos, entre eles estão: a Gramática Sateré-Mawé, o livro Plantas da ilha de Duraka, São Grabriel da Cachoeira-AM e a Mitoteca de Baniwa.

De acordo com o coordenador do evento, Hiroshi Noda, a sociedade etnobiológica (agricultura familiar), mantém suas culturas tradicionais, contribuindo na conservação da Biodiversidade e Ecossistemas. “Todo o estudo realizado é baseado no bem da população, isto é, permite variabilidade genética nos alimentos sem alterá-los”, disse ele.

A “Polivalência de Saberes”, o principal tema do seminário, tem como objetivo propor o debate e a interlocução entre os diferentes saberes científicos e empíricos na construção de práticas no ambiente amazônico.

A mesa-redonda contou com a participação da professora Christina Amorozo, da Universidade Estadual Paulista- Unesp/Rio Claro, e do pesquisador Amauri Sivieiro, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária- Embrapa/AC.