Fungo da Sigatoka-negra terá diversidade genética pesquisada


Com a finalidade de caracterizar a diversidade genética do fungo Mycosphaerella fijiensis, agente causal da Sigatoka-negra – principal doença da bananeira -, a Embrapa Amazônia Ocidental (Manaus-AM), aprovou projeto junto ao CNPq para os próximos dois anos. O estudo vai identificar a variação desse fungo por meio de marcadores de microssatélites, que poderão auxiliar no desenvolvimento de mecanismos de defesa mais eficazes.

 

O estudo da diversidade por meio de marcadores moleculares possui como vantagem o fato destes permitirem uma ampla amostragem do genoma. No Brasil, a Sigatoka negra foi detectada inicialmente no Amazonas em 1998, no município de Tabatinga, fronteira do Brasil com a Colômbia e o Peru. Desde então o fungo se alastrou rapidamente em todos os municípios do Estado e tem se expandido rapidamente pelo País.

 

A alta capacidade destrutiva do patógeno, segundo o coordenador do projeto, pesquisador Luadir Gasparotto, faz com que a doença adquira grande importância econômica e social. De modo geral, os esporos do patógeno (fungo) são disseminados a longas distâncias pelo vento, embalagens usadas no transporte de bananas, por mudas infectadas e até por pessoas que tenham contato direto com o cultivo de banana.

 

Para ele, em virtude da introdução do fungo no Brasil e as condições climáticas aqui encontradas é de salutar importância maior conhecimento sobre variações genéticas da população do patógeno (agente causador da doença). Conforme o pesquisador, a estrutura genética de uma população são a quantidade e a distribuição das variações genéticas dentro e entre populações.

 

Esta é conseqüência das interações entre diferentes forças que afetam a evolução da população e permite inferências a respeito da capacidade de dispersão do patógeno, taxa de mutações, forma de reprodução, grau de variabilidade genética, tamanho populacional efetivo, potencial de causar epidemias, distribuição dos genes de virulência e patogenicidade. “O conhecimento destas variações genéticas permite a compreensão dos processos evolutivos ocorridos e suas perspectivas futuras”, explica.

 

Impactos – A caracterização da diversidade é de grande importância para o conhecimento da estrutura genética da população de M. fijiensis e conseqüente impacto nas tomadas de decisão no melhoramento genético de Musa spp visando a obtenção de resistência estável. Os resultados esperados deste trabalho contribuem para o conhecimento do processo de dispersão do fungo. A análise de isolados de diversas regiões do estado do Amazonas e outras regiões do Brasil pode elucidar o papel das mudanças ambientais incluindo controle natural e humano na estrutura genética da população.

 

Para a realização das análises será realizado o método de isolamento direto de amostras esporos das lesões foliares. No Amazonas, o isolamento será realizado a partir de material infectado coletado nos municípios de Manaus, São Gabriel da Cachoeira, Tabatinga, Benjamim Constant, Humaitá, Coari, Presidente Figueiredo, Rio Preto da Erva (AM) e também nos estados do Mato Grosso, São Paulo, Acre, Rondônia, Amapá, Pará e Roraima.

Fonte: Embrapa Amazônia Ocidental,
especial para a Agência Fapeam

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