Técnica desenvolvida pela Embrapa diminui uso de fungicidas em bananais


Os pesquisadores da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária da Amazônia Ocidental (Embrapa/Manaus) e da Universidade de Wageningen (Holanda) desenvolveram uma nova técnica de aplicação de fungicida, que se demonstrou eficiente no combate à sigatoka-negra (Mycosphaerella fijiensis), uma praga que atinge o plantio de bananas em todo o mundo.

 

Os principais beneficiados serão os pequenos agricultores da região, pois o método é mais vantajoso do que a aplicação área ou terrestre com pulverizadores, os quais demandam mais recursos. Hoje, a técnica já está sendo utilizada por pequenos produtores dos municípios amazonenses de Iranduba e Presidente Figueiredo.

 

 O objetivo da pesquisa é diminuir a quantidade de fungicidas usados nos bananais, pois reduz a contaminação ambiental (colocado direto na planta) e não há necessidade de veículo (óleo, água) e o funcionário não fica exposto ao produto. Dessa forma, reduz-se o problema de intoxicação. Além disso, a grande vantagem do método é que o fungicida é aplicado diretamente na axila da segunda folha da bananeira, o que diminui para quatro aplicações do produto por ciclo. Em alguns países da América Central os produtores chegam a fazer 50 a 60 aplicações.

 

Desenvolvida pelos cientistas Luadir Gasparotto e José Clério Pereira, ambos da Embrapa de Manaus, a técnica consiste na adaptação de uma seringa veterinária para aplicação fungicida diretamente na axila da folha. Atualmente, o protótipo está sendo melhorado pela Embrapa Instrumentação Agropecuária de São Carlos (SP), para que o material possa ser produzido em escala comercial.

 

Os cientistas explicaram que o uso de fungicidas é a medida mais utilizada no controle da sigatoka-negra em bananais comerciais em todo o mundo. Por isso, a intenção é que em uma década o uso do produto nos bananais sejam reduzidos em até 50%. Enquanto o problema não é solucionado, eles disseram que os fungicidas recomendados à aplicação são Azoxystrobin e Frutriafol. Isso porque os demais produtos têm se demonstrado fitotóxicos (maltratam as plantas). Contudo, estão sendo realizadas pesquisas para solucionar a questão.

 

Os trabalhos foram iniciados em 2003 e, hoje, já contam com publicações científicas em revistas especializadas e apresentações em congressos, cursos de treinamentos etc.

 

O escopo do programa conta com nove grupos de trabalho. Desses, três compõem o MusaForever – uma plataforma de transferência tecnológica e de capacitação de recursos humanos. A idéia é obter mais conhecimento científico e ferramentas biotecnológicas necessárias para otimizar o controle genético da Sigatoka Negra.

Luís Mansuêto – Agência Fapeam,
com informações da Embrapa Amazônia Ocidental

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