Cidades agrárias terão casas desenvolvidas pelo Inpa

Representantes da Secretaria de Estado da Produção Rural (Sepror) e do Instituto Nacional de Pesquisas na Amazônia (Inpa) definiram nesta semana, em reunião na sede do órgão estadual, que fecharão um convênio visando à construção das unidades residenciais que farão parte do projeto das cidades agrárias a ser implantado pela Sepror a partir de 2008.

Comunidades do entorno de Manaus devem ganhar a versão piloto das cidades agrárias, a partir do ano que vem, mas municípios como Careiro da Várzea, Iranduba e Lábrea também surgem como localidades praticamente garantidas para receberem a iniciativa.

Principal proposta do secretário de Estado da Produção Rural, deputado Eron Bezerra, as cidades agrárias têm como objetivo nuclear a população de comunidades rurais e facilitar o acesso delas a serviços de saúde, educação, lazer e infra-estrutura produtiva.

Além de igrejas, praças, campos de futebol, escolas, postos de saúde, unidades de beneficiamento e de comercialização de produtos agrícolas, as cidades contarão com alojamentos e casas destinadas à moradia das famílias de agricultores, contribuindo, assim, para a fixação do produtor e para a diminuição do êxodo rural. As casas do Inpa têm 42 metros quadrados. Possuem dois quartos, sala, cozinha, banheiro e varanda.

A parceria com o Inpa está fundamentada na construção das casas, que serão todas montadas em madeira seguindo o projeto "Habitação Popular de Madeira", desenvolvido pelo órgão de pesquisa desde 1994. A intenção da Sepror ao aproveitar o projeto do Inpa é conciliar viabilidade econômica com aspectos de desenvolvimento sustentável, aproveitando recursos locais e sem prejuízos ao meio-ambiente. A expectativa é que cada cidade agrária tenha 100 casas construídas com diversas espécies de madeiras regionais que fiquem à disposição para igual número de famílias.

Segundo o diretor do Inpa, Adalberto Val, a atuação dentro do projeto das cidades agrárias é uma forma de o órgão cumprir seu papel como instituição de pesquisa e transferir conhecimento e benefícios à sociedade. Ele também disse que o órgão está à disposição da Sepror para auxiliar no que for preciso. "Houve uma demanda da Sepror para a construção de casas apropriadas para agricultores nucleados em vilas e, felizmente, pudemos contribuir com esse nosso trabalho, que já tem mais de dez anos de existência", diz Val.

O diretor explica que foi feita uma adaptação do projeto original e que o instituto está bastante animado em poder contribuir a partir do aproveitamento de tecnologias compatíveis com a região.

Eron Bezerra, afirma que as cidades agrárias são fundamentais porque vão aumentar a qualidade de vida, principalmente, das comunidades que estão isoladas devido às distâncias continentais do Estado. Com a execução do projeto, ele espera que o poder público consiga gerar muito mais benefícios às comunidades rurais, empregando um modelo contemporâneo de produção, que é economicamente viável. "A idéia é que cada família disponha de dez hectares para trabalhar tanto culturas alimentares, como feijão, arroz, milho, mandioca e pescado, quanto culturas permanentes, como madeira, dendê, guaraná e o açaí. Resolveremos a novela da logística com ações integradas de melhoria da qualidade de vida do homem do campo", diz Bezerra.

Uma comissão formada por três representantes de cada um dos órgãos estará empenhada, nos próximos dias, na discussão dos detalhes técnicos para a elaboração do convênio.

                                                                                                                                                                                                                                                                                     Site do Inpa

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