Pesquisa revela que pequenas cidades também poluem
O resultado de uma pesquisa sobre as águas, realizada pelo Centro de Ciência Tecnológica da Terra e do Mar (CTTMar) da Universidade do Vale do Itajaí (Univali), demonstrou que mesmo em uma pequena cidade, a presença de esgotos urbanos e industriais pode trazer diferenças significativas nos resultados de análises das águas coletadas nas zonas mais urbanizadas dos municípios.
O estudo será apresentado para nesta quarta-feira (12), às 15h, na Câmara Municipal de Vereadores de Rio dos Cedros.
Com financiamento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/MCT), a pesquisa foi realizada no município de Rio dos Cedros, localizado no Vale do Itajaí, em Santa Catarina. A pesquisa contou também com o apoio da Prefeitura Municipal de Rio dos Cedros e das Centrais Elétricas de Santa Catarina (Celesc).
No lançamento, os pesquisadores da Univali apresentarão um seminário sobre a qualidade da água no município com a mostra de boletins eco-hidrológicos, gerados ao longo do ano.
Os pesquisadores anteciparam que os resultados demonstram que o risco de comprometimento da qualidade da água existe mesmo uma pequena cidade, quando não trata seus efluentes: "Como Rio dos Cedros é uma cidade pequena, não se esperava que ela fosse capaz de poluir. Mas mesmo a pequena quantidade já altera os resultados de qualidade da água. O que mostra a necessidade de tratamento" defendeu Leonardo Rubi Rorig, coordenador da pesquisa e professor do CTTMar/Univali.
O estudo apontou ainda que na região dos lagos, em função da construção de duas barragens, em alguns pontos, onde se removeu boa parte da floresta nativa, a qualidade da água começa a ter problema: "O levantamento mostrou que um dos lagos que apresenta maior cobertura percentual de floresta nativa em seu entorno mostrou qualidade de água próxima do "excelente".
O outro lago, com cobertura florestal mais escassa, com zonas agrícolas e áreas de reflorestamento apresentou qualidade de água apenas "boa". Isso aponta para uma correlação muito grande com a cobertura florestal" concluiu o pesquisador.