A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam) e a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), vinculada ao Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), vão firmar convênio no valor de R$ 6 milhões para financiar projetos de inovação tecnológica em micro e pequenas empresas com sede no Amazonas. A assinatura do convênio acontece na abertura da I Mostra de Inovação Tecnológica e Apoio a Pesquisa em Empresas no Amazonas (Mostratec-2007), que acontece nos dias 16, 17 e 18, no auditório do Centro Federal de Educação Tecnológica do Amazonas (Cefet-AM), na avenida Sete de Setembro, nº 1975, Centro de Manaus.

O diretor-presidente da Fapeam, Odenildo Sena, e Renato Cislaghi, representante da Finep, assinam o convênio que direciona os recursos para o Programa de Apoio à Pesquisa em Empresas no Amazonas (Pappe – Subvenção – Finep/AM) às 18h do primeiro dia do evento, 16. Ao mesmo tempo, será lançado o Edital PAPPE Subvenção – Finep/AM, com abertura de inscrições para pedido de apoio a projetos de inovação tecnológica. Também haverá o lançamento da edição especial PAPPE da Revista Amazonas Ciência, da Fapeam, para conhecer as pesquisas que já estão sendo desenvolvidas no âmbito do programa.

Os dois eventos, a assinatura do convênio e o lançamento do edital PAPPE Subvenção – Finep/AM, motivaram a realização da Mostratec-2007. O objetivo é incentivar o desenvolvimento tecnológico e a geração de produtos e processos de inovação cientifica no Amazonas. Segundo a diretora técnico-científica da Fapeam, professora Elisabete Brocki, é fundamental chamar a atenção dos empresários e pesquisadores para nova forma de atuação de apoio à pesquisa, que é o formato de subvenção, possibilitando a Fapeam o apoio direto as empresas em projetos de pesquisa e inovação.

“Esperamos uma maior divulgação dessa vertente de financiamento para empresas e com isso ampliar o número de participantes das ações da Fapeam e da Secretaria de Estado da Ciência e Tecnologia (Sect), aumentando assim a geração de renda, a geração de novos produtos e processos de inovação tecnológica no Estado”, ressaltou Brocki. A Mostratec-2007 vai divulgar, também, o novo convênio com a Finep, que é um arranjo institucional entre a Fapeam, Sect, Seplan, Sebrae e Afeam.

A Mostratec-2007 reunirá pesquisadores, micro e pequenos empresários, agências governamentais de fomento e representantes do setor bancário. Na programação, sessões de mesas-redondas e cases com temas direcionados para a transferência do conhecimento científico e tecnológico nos setores empresariais. A reunião desse público diversificado, segundo Brocki, tem como finalidade proporcionar oportunidades para estreitar relações entre esses setores, possibilitando a divulgação de produtos e processos de inovação tecnológica, atraindo novas empresas e permitindo aos empresários contatos diretos com pesquisadores e agências governamentais e para prospecção de parcerias.

Além de proporcionar oportunidades de negócios, a Mostratec-2007 também tem como finalidade apresentar os resultados da primeira edição do Programa PAPPE, criada em 2003. Na avaliação de Brocki, o Amazonas já avançou com o PAPPE e a Lei Estadual de Incentivo à Inovação e a Pesquisa Tecnológica em ambiente produtivo, criada em novembro de 2006. Mas é preciso continuar investindo.

“Não há como negar a correlação positiva entre países que investem em inovação e desempenho econômico. O que nós queremos, na Fapeam, é exatamente isso: estimular a pesquisa na empresa e assim contribuir de forma significativa para alavancar ainda mais o desenvolvimento do nosso Estado, em todas as suas vertentes, dos novos produtos e processos à geração de emprego e renda”, salienta Brocki.

A programação da Mostratec-2007 inclui sessões de mesas-redondas e cases com temas direcionados para a transferência do conhecimento científico e tecnológico nos setores empresariais e para o estímulo da cultura de inovação nas empresas de base local. Inclui, ainda, stands para demonstração de projetos financiados pela Fapeam e desenvolvidos em micro e pequenas empresas em parceria com instituições de pesquisa. A Mostratec-2007 é uma realização da Fapeam, Sect, Finep/MCT e tem como parceiros o Cefet-AM, a Seplan, Afeam, Sebrae, Cide, Suframa e Banco da Amazônia. Os interessados em participar podem se inscrever gratuitamente, basta acessar o link www.fapeam.am.gov.br/mostratec.

Fapeam lançará mais quatro editais

Além do PAPPE/SUBVENÇÃO/FINEP/AMAZONAS, a FAPEAM lançará, no biênio 2007/2008, mais quatro programas que ampliam as possibilidades de fomento à pesquisa tecnológica e inovação, que, juntos, totalizam R$ 8,5 milhões. São eles: o Programa de Inovação Tecnológica – PIT, o Programa Amazonas de Iniciação Tecnológica – PAIT, o Programa de Apoio a Incubadoras – Incubadora/AM e o Programa de Apoio à Pesquisa e Desenvolvimento de Software Livre – PAP-SOL.

O PIT é destinado a apoiar pesquisadores de institutos de tecnologia e instituições de pesquisa, públicos e privados, interessados em desenvolver projetos de pesquisa em parceria com empresas. O PAIT tem como público-alvo estudantes de graduação de instituições públicas e privadas do Amazonas, envolvidos em projetos de inovação e de empreendedorismo.

O Incubadora/AM é voltado ao apoio a empreendedores para criação ou continuidade de novos negócios, ou ainda braços de P&D de pequenas e médias empresas que tenham interesse em desenvolver produto, linhas de produtos ou serviços em incubadoras. O PAP-SOL, que se destina a apoiar pesquisadores vinculados às instituições públicas e privadas interessados no desenvolvimento de softwares livres para atender às necessidades de micro e pequenas empresas.

Delicatessem foi uma das beneficiadas

“A divulgação do produto através do PAPPE, para nós, empresários e pesquisadores, é uma inovação. Foi quando nos deram uma proximidade de parceria entre indústria/empresa e empresa/pesquisa, para que elas se unissem e divulgassem seus novos produtos”, afirmou o pesquisador/consultor, Nilson Luiz Carvalho, da empresa Delicatessem Pescado.

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A empresa Delicatessem Pescado trabalha com produtos a base de peixes, que surgiu a partir de pesquisas desenvolvidas nos laboratórios do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa). Há seis anos no mercado, a empresa produz cerca de nove produtos diferentes. “Os produtos que nós desenvolvemos, através do PAPPE, tornam-se um trabalho de marketing, o que nos ajuda a divulgar e fazer com que eles cheguem ao mercado, mudando o método tradicional de comer peixe in natura”, explica Nelson Luiz.