Secretários firmam Carta de Manaus


Depois de afirmar que o bolsa-floresta começa a ser pago no início de setembro com cartões visa-eletron e que o governo já sabe que o Amazonas exporta 1,7 trilhão de m3 de água para o mundo por ano, o secretário de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SDS), Virgílio Viana, afirmou que esses e outros dados devem compor a “Carta de Manaus”, a ser formalizada hoje, às 17h.

Os destaques foram enfatizados ontem, no Centro Cultural dos Povos da Amazônia (CCPA), zona sul, durante a reunião de 21 secretários estaduais do meio ambiente e representantes de ONGs e do governo federal também ligados ao tema. Cientistas do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) e Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) acompanharam os debates.

O documento, pré-intitulado de “Carta de Manaus”, espelha-se na “Carta de Belém”, firmada na 59ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), em julho, no Pará, na qual foram cobradas ações concretas do governo federal de investimento em C&T para o avanço da Amazônia em termos intelectuais e sustentáveis.

De acordo com Viana, a perspectiva é que, na formalização da “Carta de Manaus”, sejam apresentadas ferramentas práticas que ajudem a dar agilidade a ações conjuntas de defesa do meio ambiente a partir da cobrança de serviços ambientais de resguardo aos “produtos” amazônicos, tais como a água das chuvas, as florestas, a biodiversidade etc.

Por conta do indicativo e em meio ao destaque para a taxa de estoque anual de carbono no Amazonas — o qual representa cerca de 67 bilhões de toneladas — Virgílio afirmou ainda aquilo que o Em Tempo sugeriu na semana passada, quando antecipou a alta na quantidade do desmatamento no Amazonas em 2006 ante 2005, sendo esta de 3,86%. Todavia, o secretário afirmou que o programa bolsa-floresta tende a ser uma perspectiva inovadora de combate ao desflorestamento já a contar para as estimativas do Inpe em 2007 ante 2006.

“Queremos ser partícipes do processo federal (de preservação), até mesmo porque existem, ainda hoje, tendências para o desmatamento em unidades de conservação se nada for feito”, avaliou Viana.

Renan Albuquerque – Em Tempo (17/08)

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