Programa apóia pesquisas sobre doenças tropicais e infecciosas
A Fundação de Medicina Tropical do Amazonas (FMT-AM) é uma das instituições do Estado que estimulam os primeiros passos da formação dos futuros pesquisadores. Através do Programa de Apoio à Iniciação Científica (Paic) da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), 40 estudantes de graduação desenvolveram no período 2006 a 2007 pesquisas da demanda da própria FMT-AM, ou seja, doenças tropicais e infecciosas.
Sobre a importância da iniciação científica, o coordenador do Paic na FMTAM, Luiz Montenegro, afirma que, para a maioria dos estudantes de graduação, o interesse está na aquisição de conhecimento e melhor formação. “Acompanhar um pesquisador por meio da iniciação científica vai melhorar o currículo desste estudante e aumentar seu conhecimento. Como o número de interessado é maior que a quantidade de bolsas, muitos abdicam de questões pecuniárias e tornam-se voluntários”, argumenta, completando que cada projeto absorve um ou dois voluntários.
Em relação à procura e o número de bolsas, Luiz Montenegro, que também é chefe do departamento de pesquisa da FMT-AM, explica que, em média, para cada bolsa, 20 universitários concorrem entre si, permitindo a seleção dos mais aptos. “Além de ser exigido o coeficiente de rendimento escolar igual ou superior a sete, outros critérios como conhecimentos de informática e língua inglesa são considerados. Esta última variável é substancial pelo fato de grande parte das publicações de trabalhos científicos serem feitas em inglês”, diz Montenegro, que é médico patologista.
Caso o interessado pela iniciação científica já tenha cursado a disciplina referente ao tema do projeto, mais chances ele tem de conseguir a vaga. E, caso já tenha alguma experiência na área onde será desenvolvido o projeto, como laboratório ou pesquisa de campo, ele também tem pontos a seu favor. “Em suma, os mais aptos são aqueles que geralmente conseguem uma boa colocação”, observa Montenegro.
O médico descreve que outras atividades são realizadas na intenção de complementar e aprimorar a produção científica na FMT-AM. “Durante a iniciação científica são ministrados pela Fundação alguns cursos para estes bolsistas como estatística, metodologia da pesquisa e programas de computação, que são utilizados para o desenvolvimento de projetos. Isto contribui para a formação dos novos cientistas”.
Montenegro diz que estudantes de todas as instituições têm o interesse em desenvolver pesquisas na fundação. “É verdade que o maior número de bolsistas é da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), seguido pela Universidade do Estado do Amazonas (UEA), mas temos também estudantes de instituições privadas como a Nilton Lins e a Esbam”, observa. De acordo com Montenegro, como a maioria das pesquisas é da área de medicina, grande parte destes bolsistas é do curso de medicina, seguido por farmácia bioquímica e biologia.
O programa permite que 30% do valor total da bolsa sejam destinados à compra de insumos para o desenvolvimento da pesquisa. “Este é um ponto importante que a Fapeam tem proporcionado para o desenvolvimento dos projetos. Insumos que se revertem na compra de material. Alguns projetos necessitam de um valor maior para montar sua estrutura, nestes casos a própria instituição (FMTAM) complementa este valor”, informa.
Para Montenegro, o Paic e o Programa de Desenvolvimento Científico Regional (DCR), destinado a atrair e fixar doutores em instituições sediadas no Amazonas, instituído através da parceria Fapeam e Cnpq, se complementam, pois, quanto maior o número de doutores desenvolvendo pesquisas, maior também será o número de bolsistas a serem orientados.
Ufam e a UEA possuem seus programas de iniciação científica, respectivamente Pibic e Profic, mas como alguns alunos têm interesse pelas doenças tropicais eles optam pela FMT-AM, segundo descreve Montenegro. Ele completa dizendo que há, na FMT-AM, outros alunos de iniciação relacionados com projetos que recebem bolsas das agências de fomento como Cnpq e Unesco. “São projetos atrelados a esses órgãos de pesquisa que inserem alguma bolsa para estes estudantes”, concluiu.
Cleidimar Pedroso – Decon/Fapeam