Governador promete manter investimentos em Ciência e Tecnologia
O governador Eduardo Braga firmou o compromisso de manter nos próximos quatro anos os mesmos níveis de investimentos em ciência e tecnologia no Estado do Amazonas que transformaram a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas numa das instituições mais respeitadas do país. A garantia de investimentos foi dada durante a cerimônia de posse dos novos membros das Câmaras de Assessoramento Científico da Fapeam, realizada na segunda-feira, no prédio da reitoria da Universidade do Estado do Amazonas (UEA).
Braga disse que o desafio do governo é muito maior do que os recursos investidos e destacou que não há como desenvolver o Estado sem investir em recursos humanos. “Nosso desafio é formar recursos humanos para a geração de emprego e renda sem comprometer o ecossistema amazônico”, afirmou o governador.
Antes da manifestação do governador, a secretária de Ciência e Tecnologia do Amazonas, Marilene Corrêa, informou que a Fapeam é a terceira Fundação de Amparo à Pesquisa em financiamentos de projetos no Brasil, graças aos investimentos feitos nos últimos quatro anos em ciência e tecnologia pelo governo do Estado.
Braga ressaltou que o Amazonas não é o terceiro Estado brasileiro mais rico, mas teve a ousadia de investir. “Somos o sexto PIB (produto interno bruto) do Brasil entre os Estados, mas tivemos ousadia. Ninguém acreditava que o Amazonas pudesse ter uma universidade do porte da UEA e formar recursos humanos importantes, como estamos formando na área da saúde”.
Para o professor Odenildo Sena, presidente da Fapeam, os investimentos em ciência e tecnologia estão proporcionando uma revolução silenciosa. “Quem não acompanha o dia-a-dia da Fapeam não faz idéia do que significa essa revolução”.
Para o próximo ano, segundo Sena, está prevista a formação de 120 doutores amazonenses, grande parte com financiamento do Estado. Esse número pode parecer pequeno, mas o presidente da Fapeam o comparou com os 500 doutores que a Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) conseguiram formar ao longo de 35 anos. “Se fizermos essa comparação, o número não é pequeno”, disse.
Os projetos de financiamento da Fapeam vão proporcionar, nos próximos anos, a formação de 700 doutores e mestres. Nos últimos quatro anos, segundo a diretora técnico-científica da Fapeam, Elisabete Brocki, o Amazonas ampliou em 100% o número de cursos de doutorado e em 70% o de mestrado.
A secretária Marilene Corrêa destacou que todos esses investimentos vão refletir no desenvolvimento do estado. Além de financiar a qualificação de pessoal, a Fapeam também está investindo milhões de reais em projetos de pesquisa nas áreas de pesca, agricultura familiar, doenças tropicais, produtos farmacológicos entre outros.
Os grandes desafios do Estado, destacados pelo governador, são a produção de TV Digital e a geração de energia elétrica mais barata. “Só conseguiremos vencer essas barreiras se investirmos em ciência e tecnologia”, disse o governador.
Câmaras homologadas Os nomes dos novos membros das Câmaras de Assessoramento Científico da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam) foram homologados na tarde de ontem pelo Conselho Superior da Instituição, em evento realizado na sede da reitoria da Universidade Federal do Amazonas (UEA). As Câmaras de Assessoramento da Fapeam são colegiados que auxiliam as ações da instituição, analisando programas, acompanhando e avaliando projetos. São compostas por pesquisadores doutores ligados a instituições de ensino superior e de pesquisa sediadas no Amazonas. Esses pesquisadores são escolhidos por eleição pública nas comunidades acadêmicas e de pesquisa.
São duas Câmara de Assessoramento (Pesquisa e Pós-Graduação). A primeira é composta por sete subcâmaras definidas por área de conhecimento: Ciências Agrárias; Ciências Humanas e Sociais; Ciências Exatas, da Terra e Engenharias; Ciências da Saúde; Ciências Biológicas; Lingüísticas, Letras e Artes. A Câmara de Pesquisa é composta por 35 membros, sendo 28 eleitos e sete membros externos, indicados por instituições de ensino superior e/ou de pesquisa.
A Câmara de Pós-Graduação é composta por nove membros, seis dos quais eleitos e três externos, também indicados por instituições. Essa câmara é composta por três subcâmaras, definidas pelas seguintes áreas do conhecimento: Ciências Agrárias; Biológicas e da Saúde; Ciências Exatas, da Terra e Engenharias; Ciências Humanas, Sociais e Lingüísticas, Letras e Artes.
De acordo com Odenildo Sena, presidente da Fapeam, as Câmaras de Assessoramento Científico são os órgãos que fazem a grande diferença da Fapeam para as demais instituições públicas, pois elas são eleitas pela própria comunidade acadêmica e científica e possuem autonomia para a seleção, acompanhamento e avaliação dos projetos desenvolvidos.
“Eu costumo dizer que a Fapeam é uma instituição parlamentarista, porque não é o presidente que toma as decisões ou seleciona os projetos que serão desenvolvidos, mas sim as Câmaras, de maneira absolutamente autônoma”, enfatiza Sena.