MCT discute política de CT&I com instituições amazônicas
A implementação de um fórum de gestão em ciência, tecnologia e inovação da Amazônia e a criação de uma unidade de articulação do sistema brasileiro de CT&I com os demais países amazônicos foram algumas das sugestões para os consultores do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) que estiveram reunidos nesta quarta-feira, 20, com representantes de instituições de ensino e pesquisa da região. A reunião, que aconteceu no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), teve como pauta o Plano de Ações 2007-2010 do MCT, com ênfase nos investimentos em CT&I na Amazônia.
Pela primeira vez, a Secretaria de Estado da Ciência e Tecnologia do Amazonas (Sect) e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam) participaram da discussão do plano. A inclusão da Sect, principal canal de articulação do sistema de C&T no Estado, e da Fapeam, única FAP do Norte, foi um diferencial, na opinião da professora Elisabete Brocki. “É muito importante que haja essa interação porque já que existe uma aproximação entre o MCT e as agências com atuação em convênios”, afirma.
Representando o diretor-presidente da Fapeam, Odenildo Sena, que só esteve pela manhã porque à tarde viajou para compromissos em Brasília, Brocki também salientou a importância de as instituições locais apresentarem as suas necessidade e as suas demandas. “Ao invés de ter políticas de cima para baixo, você tem o plano de ações definido a partir de uma construção em conjunto com aqueles que estão na região e possuem toda experiência acumulada”, acrescenta a diretora técnico-científica da Fapeam.
Orçamento é questionado
Segundo Brocki, a proposta do orçamento do plano de ações para Amazônia em quatro anos é de R$ 54 milhões, valor abaixo dos investimentos da Fapeam. “Se a gente olhar os quatro anos só nas decisões da Fapeam para os institutos federais, os investimentos são superiores a R$ 70 milhões, isso só no Amazonas, considerando que os investimentos da Fapeam atendem parcialmente as necessidades. Então, como é que se pensa em um plano de ações para a Amazônia como um todo com toda a dimensão da região somente com 54 milhões?”, questiona.
Este é um dos pontos cruciais do plano, de acordo com a professora. “De cara a gente colocou que esse valor é irrisório face aos desafios que se tem para a Amazônia e o papel preponderante que a C&T e a inovação têm para o desenvolvimento da região” conclui.
Além do Inpa, da Sect e da Fapeam, fizeram-se presentes na reunião o Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá (IDSM), a Embrapa, a Universidade Federal do Pará (UFPA), o Museu Paraense Emilio Goeldi (MPEG), a Universidade Federal do Tocantins (UFT) e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), por atuar em parceria nas pesquisas sobre a região.
Os participantes:
Cláudia Morosi e Maria Luíza Braz Alves (MCT), Odenildo Sena e Elisabete Brocki (Fapeam), Adalberto Val (Inpa), Marcílio Freitas (Sect), Tatiana Sá (Embrapa), Nilson Gabas (MPEG), Ana Rita Alves (IDSM), Peter Mann de Toledo (Inpe), Roberto Dal’Agnoll (UFPA) e Carmem Bueno e Antônio Carlos Filgueira, do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE).