O 4º Encontro de Software Livre do Amazonas ( Eslam) acontece no Studio 5
Fapeam e Sect vão incentivar o uso de softwares livres por meio das pesquisas que financiam, de modo a fomentar, entre os pesquisadores e as universidades, a produção de novos produtos e processos em plataformas abertas. O diretor-presidente da Fapeam, Odenildo Sena, acredita na mudança gradual. “A principal resistência está entre aqueles que conhecem os sistemas livres e proprietário (comercial), não entre os usuários comuns”.
A implementação de políticas públicas poderia acelerar o processo de mudança de plataformas comerciais para livres, especialmente nos órgãos públicos. “A política pública de Estado forçaria, inclusive, a adequação da legislação de direitos autorais vigente. Mas é evidente que só começamos a discutir”, diz o editor-chefe da Agência Brasil, Rodrigo Savazoni. A Agência Brasil é vinculada à Radiobrás, empresa pública de comunicação, e utiliza software livre na rotina de produção de jornalismo diário.
Júlio Cezar Neves, debatedor e autor de diversos livros sobre softwares livres, disse que o uso de plataformas livres por órgãos governamentais representa vantagens econômicas e técnicas, além de investir na formação do capital intelectual dentro do poder público. “Para os países em desenvolvimento, representa uma economia operacional significativa”, diz, enfatizando ainda que o ganho é de longo prazo.
Para Marcelo Ferreira, presidente da comissão organizadora do 4º Eslam, o movimento terá papel fundamental nesse processo de mudança e precisa começar a repensar seus argumentos. “Falamos muito na vantagem econômico-financeira, mas na verdade os ganhos são bem superiores. Trata-se de liberdade de uso, de produção de conhecimento, provocando ganhos reais para a sociedade”.
É este caráter que vai determinar o modo como se dará a adesão ao software livre. “Temos de decidir se queremos uma incorporação de mercado ou de interesse público”, ressalta Marcelo.
Além da Fapeam e Sect, outras secretarias do Governo do Amazonas já começam a aderir aos softwares livres. De acordo com o diretor-técnico da Empresa de Processamento de Dados do Estado do Amazonas (Prodam), Valoir Sato, a Secretaria da Fazenda (Sefaz) está construindo um projeto para substituir as plataformas comerciais por softwares livres.
O 4º Eslam é uma iniciativa da organização não-governamental Comunidade Sol Software Livre, do governo do Estado do Amazonas, através da Sect e do Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia (Inpa), com apoio da Fapeam.