Oficinas educativas sobre bagres serão realizadas no interior do Amazonas
O Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) lança o 1º Ciclo de Oficinas Educativas para Genética e Conservação dos Grandes Bagres Migradores da Amazônia. Financiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Amazonas (Fapeam) e pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), dentro do Programa de Apoio à Realização de Eventos Científicos e Tecnológicos no Estado do Amazonas (Parev), a atividade marca a nova fase do Projeto Pirada, que pretende expandir suas atividades de divulgação para o interior do Amazonas. Estudantes e professores do ensino médio de escolas públicas da capital, Manaus e dos municípios de Eirunepé, Iranduba, Manacapuru, Lábrea, Humaitá, Itacoatiara, Tabatinga, Coari e Tefé, terão a oportunidade de aprender sobre a migração dos bagres da Amazônia. Essas localidades foram escolhidas em função de serem cidades com intensa atividade pesqueira dessas espécies.
O Projeto Pirada é a união dos nomes das espécies piramutaba, piraíba e dourada, que desde 1999, estuda a caracterização e a identificação genética dessas espécies pelos rios da região. As pesquisadoras do Laboratório Temático de Biologia Molecular (LTBM/Inpa), Jacqueline Batista e Kyara Formiga, em 2005, por meio de um edital da Fapeam, viabilizaram a difusão e a divulgação científica do projeto para a elaboração de um jogo didático, chamado Piradados . Nele estão contidos os resultados das pesquisas em genética dos grandes bagres migradores, apresentados de forma simples e acessível para estudantes a partir da 7ª série. Além disso, o jogo envolve, ainda, questões básicas sobre genética, ecologia divisões políticas entre estados e países amazônicos.
O Piradados, desde sua criação até o final do ano passado, já foi praticado por cerca de 1300 alunos das escolas municipais e estaduais, das sete zonas da cidade de Manaus. Na avaliação da coordenadora do projeto, Kyara Formiga de Aquino, a atuação com esses estudantes foi um sucesso e bastante positiva. Ela ressalta que, no interior do Amazonas, espera-se a sensibilização das comunidades sobre a pesca e o manejo dos grandes bagres migradores da Amazônia e, também a contribuição no processo de ensino e aprendizagem dos estudantes da rede pública do Estado. "O Piradados é um instrumento, que de uma forma simples, possibilitará a consciência para a preservação dessas espécies, responsáveis pela maior migração de água doce no mundo", afirmou.
Segundo a pesquisadora, durante os próximos dois meses, período de trabalho no interior, a expectativa é que, aproximadamente, 500 alunos do ensino médio aprendam de forma dinâmica, questões sobre a pesca, o ciclo de vida e a genética dos grandes bagres da nossa região.
O jogo Piradados é composto por um questionário de 40 perguntas sobre conceitos de genética, ciclo de vida dos bagres migradores, um tabuleiro e três kits, sendo cada um correspondente a uma das espécies estudadas. Cada kit contém dois dados, um microtubo, que representa o peão que andará sobre o tabuleiro; 30 peixes de várias cores, representando o cardume da espécie em questão; uma ficha com a foto da espécie, a seqüência de DNA de cada cor de peixe no cardume e uma tabela quantitativa a ser preenchida ao final do jogo.
No lançamento das oficinas no interior, haverá uma apresentação sobre os resultados desses dois anos do Piradados e as ações para alcançar o objetivo proposto: aproximar a ciência da sociedade e colaborar com a melhoria do ensino e aprendizagem nas escolas públicas.