Novo museu no Acre abrigará hipopótamos, jacarés e preguiças pré-históricos
Peças como dentes, fêmures, vértebras e carcaças de espécies da era cenozóica estarão dando vida ao cenário da pré-história do Acre, ocupada há doze mil anos, por exemplo, por savanas, por tatus do tamanho de um fusca e por aves tenebrosas, dos quais apenas a cabeça podia-se medir quase meio metro de diâmetro.
Nesta terça-feira, o prefeito de Rio Branco, Raimundo Angelim, e Alceu Ranzi, da equipe de pesquisa do LPP, visitaram a oficina de réplicas do museu, que é ministrada a cinco estudantes de paleontologia da Ufac e a outros cinco da Fundação Municipal de Cultura Garibaldi Brasil, pela professora de artes Maria Alice Matos Matusiak, da Secretaria de Educação do Rio Grande do Sul.
O museu, que tem o reconhecimento da SBPC, já conta com o “clone” de 33 peças, de formas tão idênticas às das originais, que acabaram surpreendendo o prefeito.
“O Acre sempre foi referência para o Brasil e para o mundo na área de paleontologia e o museu nos proporcionará a oportunidade de massificar essas informações, levando momentos tão extraordinários de nossa pré-história”, destaca Angelim, empolgado com o projeto.
O prefeito lembrou que o purussaurus brasilienses, um jacaré que viveu na região do Purus, há mais de oito milhões de anos, fora capa de três revistas científicas de renome mundial e cuja réplica está exposta no Museu Goeldi, em Belém, é uma das muitas peças incontestáveis de que o estudo da paleontologia no Acre é encarado com seriedade.
Os recursos de R$ 300 mil, para concretizar o Museu de Paleontologia de Rio Branco, foram liberados por meio de emendas do Orçamento da União, graças ao deputado federal Nilson Mourão (PT).
Segundo Alceu Ranzi, a preocupação do prefeito Angelim, de valorizar a paleontologia, não é de agora. Teve início em 1985, quando então ele era o pró-reitor de Planejamento da Ufac e destinara os primeiros recursos para apoiar as pesquisas nesta área de estudo.
“A idéia desse museu é maravilhosa, porque vai permitir que as crianças aprendam brincando”, comemora.
No laboratório, que ocupa um pavilhão inteiro da Ufac, existem exatamente 5.718 fósseis de vertebrados, de diferentes idades, todos encontrados em regiões inóspitas do Acre.
O mastodonte, por exemplo, viveu há dois milhões de anos na região do Alto Juruá. Eles eram animais semelhantes, inclusive em tamanho, aos atuais elefantes e suas presas recurvadas poderiam chegar até um metro e meio de comprimento.
Resley Saab – Prefeitura de Rio Branco