Portugal sedia a 2ª Conferência sobre Acesso Livre ao Conhecimento
A 2ª Conferência sobre Acesso Livre ao Conhecimento está sendo realizada nesta semana, na Universidade do Minho, em Portugal. Durante o evento, será aprovada uma recomendação de profissionais de Portugal, Brasil e Moçambique relacionada às formas de colaboração para uma definição conjunta sobre acesso livre ao conhecimento.
O movimento Open Access, conhecido em Portugal por Acesso Livre ao Conhecimento, tem como principal objetivo a disponibilização livre, na Internet, de literatura de caráter acadêmico ou científico (em particular os artigos de revistas científicas), permitindo a qualquer utilizador ler, descarregar, copiar, distribuir, imprimir, pesquisar ou referenciar o texto integral para fins de investigação ou ensino.
Os últimos dois anos assinalaram uma forte afirmação do movimento do Acesso Livre e a sua entrada na agenda política e social, para além das fronteiras do mundo científico. Estão atestando esta iniciativa os diversos documentos e tomadas de posição das sociedades científicas, universidades, centros de investigação e organizações governamentais, particularmente na Europa e nos Estados Unidos.
O Acesso Livre promove visibilidade, acessibilidade e difusão dos resultados da atividade científica de cada investigador, de cada organização e de cada país, potencializando o seu uso e subseqüente impacto na comunidade científica internacional.
A 2ª Conferência sobre o Acesso Livre ao Conhecimento contará com a presença dos mais renomados promotores e ativistas do Acesso Livre, como Stevan Harnad, um dos "pais" de toda essa questão.
A sessão de abertura do encontro, em Portugal, será palco para o anúncio da assinatura, por parte do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (Crup), da Declaração de Berlim sobre o Acesso Livre ao Conhecimento, e da assinatura de uma importante declaração em que os reitores das universidades portuguesas se comprometem com políticas de acesso livre à literatura científica.
Em Portugal, existem algumas iniciativas que se encontram na vanguarda do Acesso Livre em termos internacionais, nomeadamente o RepositóriUM – Repositório Institucional da Universidade do Minho, criado em 2003 -, além da política institucional de auto-arquivo, definida em dezembro de 2004, que determina aos membros da Universidade do Minho que depositem cópias das suas publicações no RepositóriUM. No momento em que a definiu, a Universidade do Minho foi a primeira universidade no mundo a instituí-la.
O sucesso do RepositóriUM, promovido pela UMinho, é evidente, tendo-se já registrado, desde novembro de 2003, mais de 650 mil downloads de documentos, dos quais mais de 400 mil nos últimos 11 meses (desde 1 de janeiro de 2006). Os acessos e downloads dos documentos são provenientes de mais de 140 países e territórios. Mais informações em: www.sdum.uminho.pt/confOA/ .