Dois americanos conquistam o Nobel de Medicina
Dois americanos, Andrew Z. Fire e Craig C. Mello, foram anunciados nesta segunda-feira como os vencedores do prêmio Nobel de Medicina por suas descobertas sobre a forma de silenciar os genes que não funcionam corretamente, o que pode levar a novas terapias para combater doenças graves.
A descoberta, chamada de interferência RNA, que acontece nas plantas, animais e seres humanos, foi publicado em 1998. Isto representa apenas oito anos entre a publicação e um Prêmio Nobel, um recorde de tempo em termos de reconhecimento de um avanço científico. Em geral, o Nobel de Medicina é concedido várias décadas depois, quando a história prova que o estudo foi realmente revolucionário.
Fire, nascido em 1959, é professor de patologia e genética na Universidade de Stanford (Califórnia). Mello, nascido em 1960, é professor de medicina molecular na Universidade de Massachusetts.
Em 1998, eles publicaram na revista britânica "Nature" a descoberta, que permite reduzir os genes ao silêncio graças à molécula RNA de ramal duplo. A interferência RNA é importante para a defesa do organismo em relação aos vírus. Muitos vírus têm um código genético que inclui um RNA de ramal duplo.
Fire e Mello começaram a trabalhar com vermes e descobriram um mecanismo molecular natural que se encontra tanto nas plantas como nos animais e seres humanos. Ao obrigar os genes nocivos ao silêncio, os cientistas esperam ser capazes de criar novos tratamentos para combater as infecções virais, as enfermidades cardiovasculares e as desordens hormonais.
A interferência RNA já se transformou em um instrumento de pesquisa importante em biologia e biomedicina, afirma o Comitê Nobel, que também destaca a possibilidade de benefícios para a agricultura. Os testes em animais já permitiram bloquear um gene responsável pela elevação da taxa de colesterol.
Fire e Mello compartilharão 10 milhões de coroas suecas (aproximadamente 1,08 milhão de euros ou US$ 1,37 milhão).
Dois australianos, J. Robin Warren, 68, e Barry J. Marshall, 54, receberam no ano passado o Nobel de Medicina por terem provado, contra o ceticismo da comunidade científica, que as doenças do estômago, em particular as úlceras, têm origem bacteriana e podem ser tratadas mediante antibióticos.
O prêmio de Medicina abriu as festividades do Nobel neste ano. O Nobel de Física será anunciado na terça-feira e o de Química, na quarta-feira. O Nobel de Economia será divulgado em 9 de outubro e o da Paz, o único atribuído pela Noruega, em 13 de outubro.
O de Literatura é o único cuja data de anúncio é um mistério. O comitê divulgará um pré-aviso de 48 horas se o mesmo será conhecido na próxima quinta-feira ou apenas no dia 12 de outubro.
Representados por um diploma, uma medalha de ouro e um cheque de 10 milhões de coroas suecas, os seis prêmios serão entregues durante cerimônias em Estocolmo e em Oslo no dia 10 de dezembro.