Língua indígena é preservada


Apenas 23 pessoas. Esse é o número atual de falantes da língua indígena sakurabiat. Para contribuir para a revitalização da língua e tentar evitar o seu desaparecimento, o Museu Paraense Emílio Goeldi lança nesta sexta-feira (1º/9), em Belém, a coletânea bilíngüe Narrativas Tradicionais Sakurabiat Mayãp Ebõ.

A obra registra, em livro e CD-ROM, parte da cultura imaterial do povo sakurabiat, que habita a reserva Rio Mequéns, em Rondônia. Composta por 25 histórias que narram as principais lendas mitológicas dessa etnia, a publicação foi organizada, em parceria com vários membros da comunidade, pela pesquisadora Ana Vilacy Galucio, que desde 1994 se dedica ao estudo e registro da língua sakurabiat por meio do programa de documentação científica das línguas amazônicas desenvolvido pelo Museu Goeldi.

Com 276 páginas, o livro apresenta narrativas de cunho moral que retratam as principais crenças e concepção de mundo dos sakurabiat, além de dados lingüísticos e etnográficos sobre o grupo, também conhecido como mequéns.

O CD-ROM traz a narração oral e escrita das mesmas histórias, tanto em português como em sakurabiat, que pertence à família lingüística tupari, do tronco tupi. Segundo o Museu Goeldi, os recursos oriundos da comercialização do kit (livro e CD-ROM) serão revertidos para os sakurabiat.

De acordo com Ana Vilacy, o interesse pela documentação das narrativas tradicionais partiu dos próprios sakurabiat. Narradas pelos anciãos em sua língua de origem, as histórias foram transcritas para o sakurabiat e traduzidas para o português com a ajuda dos jovens e adultos da tribo. As crianças também colaboraram, desenhando as belas ilustrações do livro.

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