Entrevista: novo reitor da UEA fala sobre desafios e perspectivas
1º/04/2013 – Estabelecer uma universidade democrática e competente, esse compromisso é essencial. Essa é a contribuição que o novo reitor da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), o médico Cleinaldo de Almeida Costa, pretende deixar durante seu mandato.
Siga a FAPEAM no Twitter e acompanhe também no Facebook
Em meio ao momento natural de transição, o novo reitor falou com exclusividade ao portal Ciência em Pauta sobre os desafios de sua gestão, a criação de novos cursos, o que os alunos podem esperar dele, qual o sentimento em assumir a UEA e os caminhos para mantê-la mais próxima da comunidade científica.
Nomeado pelo governador do Estado do Amazonas, Omar Aziz, no último dia 21 de março de 2013, Costa teve que abandonar o cargo que vinha ocupando desde 2011 e um mandato de mais dois anos à frente da direção da Escola Superior de Ciências da Saúde da UEA para assumir este desafio. Leia agora a entrevista na integra:
Ciência em Pauta: No momento em que assume a reitoria da UEA, qual o maior desafio que o senhor vê pela frente?
Cleinaldo Costa: Formar pessoas que são necessárias à sociedade e não o inverso. Ter noção da demanda social e responder a elas com técnicos capazes de resolver os problemas que nosso País enfrenta, especialmente, os problemas da nossa região. Ser, na medida do possível, uma ferramenta indutora de desenvolvimento para o Estado do Amazonas no ponto de vista da competência acadêmica.
Ciência em Pauta: Isso quer dizer que novos cursos serão criados?
CC: Sim. Na medida da demanda da sociedade. Não adianta pensar num curso que amanhã o aluno não consiga inserção no mercado de trabalho. Isso é uma coisa que me assusta muito, a universidade propor um curso em que a pessoa passa de quatro a seis anos estudando e no final ela não consegue emprego. É preciso ter um entendimento do que realmente é necessário em cada município, em cada região em que a UEA atua, para que seja possível dar um foco de realidade a esse processo.
Ciência em Pauta: O que os alunos da UEA podem esperar do novo reitor?
CC: Apesar de não ter sido eleito pelo voto direto, os alunos podem esperar uma gestão horizontal e democrática, que muito mais ouve do que fala. Um reitor que tem porta aberta para as demandas da comunidade. Quero fazer com que todos os alunos, professores e funcionários desta casa entendam que o aluno é o dono da UEA. São eles que prioritariamente temos que atender, tanto do ponto de vista da formação como do ponto de vista do apoio, do acolhimento.
Ciência em Pauta: Qual o seu sentimento em assumir a liderança de uma instituição como a UEA?
CC: Sinto muita honra pela escolha. Por terem escolhido alguém que tem uma trajetória dentro da própria UEA. Foi uma aposta corajosa e audaciosa do governador no sentido de ter feito essa opção. Ao mesmo tempo, é uma proposta também a um grupo de professores que hoje tem anseios que precisam ser canalizados no sentido de fazer crescer essa universidade. Isso naturalmente irá desaguar num processo democrático.
Ciência em Pauta: Que caminho aponta para manter a proximidade da universidade com a comunidade científica?
CC: Existem várias áreas de gestão do conhecimento na gestão pública estadual, a exemplo a Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti) e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM). Tenho contato com essas instituições já há algum tempo, como professor, pesquisador e diretor da Escola Superior de Ciências da Saúde da UEA. Penso que hoje a tendência é ampliarmos o diálogo e que possamos encontrar pontos de convergência no sentido do desenvolvimento no Estado. Acredito que a UEA poderá contribuir fortemente nesse cenário.
Fonte: Mirinéia Nascimento – Ciência em Pauta