Amazonas vai ganhar sala cirúrgica inteligente para tratamento de câncer
01/04/2013 – O Amazonas será o primeiro Estado da região Norte a contar com uma sala cirúrgica inteligente voltada para cirurgias minimamente invasivas, cujo projeto está orçado em R$ 8,5 milhões. O centro cirúrgico será instalado na Fundação Centro de Controle de Oncologia (FCecon), hospital que faz parte da rede estadual de saúde, e possibilitará a realização de cirurgias na área urológica como também favorecerá outras linhas de avanços tecnológicos, tais como: ginecologia, cirurgia abdominal, neurocirurgia e cirurgia torácica.
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Denominado ‘Implantação de infraestrutura para tecnologia de sala cirúrgica inteligente voltada para cirurgia minimamente invasiva’, o projeto é financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM), no âmbito do Programa de Apoio à Consolidação das Instituições Estaduais de Ensino e/ou Pesquisa (Pró-Estado). Inicialmente, FAP irá disponibilizar R$ 599 mil, destinados à adequação do local e compra de equipamentos. A Universidade do Estado do Amazonas (UEA), Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti/AM) e a FCecon também contribuirão com a execução financeira do projeto.
Conforme o médico urologista, Cristiano Silveira Paiva, responsável pelo projeto, com a sala cirúrgica inteligente será possível diminuir em 50% os gastos com alimentação hospitalar, antibióticos, analgésicos, bolsas de sangue e aumentar a quantidade de leitos disponíveis. “O paciente que passa pelo procedimento de retirada de tumor renal fica internado oito dias, por exemplo. Com o novo procedimento, o tempo de internação cai para três ou quatro dias. Dessa forma, o paciente poderá retornar ao trabalho mais rápido”, destacou.
Hoje, com a estrutura atual disponível, segundo Paiva, é possível realizar quatro cirurgias ao mês. Entretanto, com a sala cirúrgica inteligente será possível duplicar o número de atendimentos para cada subárea contemplada pelo projeto.
Implantação do projeto
A instalação está dividida em duas fases, conforme o pesquisador. A primeira envolve a implementação da sala cirúrgica inteligente, com mesa robotizada e carro de anestesia de última geração, que permite, por exemplo, o monitoramento da atividade cerebral do paciente. Ele informou que o local também contará com câmeras e monitores de LED para a transmissão das aulas de telemedicina. A primeira etapa do projeto terá a duração de seis meses e a previsão é que o novo centro cirúrgico esteja pronto para uso em 2014.
“O paciente será 100% monitorado. Além disso, os alunos da UEA poderão assistir em tempo real, em um auditório adaptado com capacidade para 20 pessoas, as cirurgias realizadas no local. O Amazonas avançará na área quando começarmos a formar médicos e enfermeiros com a nova tecnologia”, pontuou.
Conforme o pesquisador, não há como implantar a cirurgia robótica sem antes ter a sala inteligente, que envolve também outro componente: formação de recursos humanos. Em cada subárea beneficiada serão treinados dois cirurgiões, uma enfermeira e dois técnicos de enfermagem.
Área acadêmica
A parte acadêmica é um dos grandes méritos do projeto. Com a nova estrutura, as imagens serão transmitidas por telas de LED para um auditório, com imagens em três dimensões, em alta definição. O médico responsável pela cirurgia poderá, com o auxílio de um microfone, em tempo real, explicar o andamento da cirurgia para os alunos.
Cirurgia minimamente invasiva
É feita na FCecon pelo Serviço de Laparoscopia Avançada em Urologia, criado em 2012. Com a sala, a técnica deve ser ampliada para os serviços de Cirurgia Pélvica, Cirurgia Oncológica, Cirurgia Torácica, de Cabeça e Pescoço e Oncogineco (tratamento de câncer ginecológico).
Menor grau de dor
No geral, explicou o especialista, os procedimentos minimamente invasivos, por dispensarem incisões maiores (geralmente de dez centímetros), causam menos dor, a recuperação e o retorno às atividades habituais são mais rápidos, a taxa de transfusão é menor, bem como a necessidade de internação em Unidade de Tratamento Intensivo (UTI).
Programa Pró-Estado
É um programa financiado pela FAPEAM, instituído para fortalecer a infraestrutura de pesquisa das instituições de ensino superior e/ou pesquisa do Governo do Estado do Amazonas e criar condições de desenvolvimento intelectual, estudos e tecnologias os quais, posteriormente, venham a culminar em produtos e projetos aplicados às necessidades e atividades das instituições do governo.
Por Luís Mansuêto – Agência Fapeam