Estudo investiga aumento de câncer de mama em mulheres abaixo de 40 anos na FCecon
28/03/2013 – O câncer de mama acomete predominantemente mulheres acima de 45 anos, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca). Porém, o Instituto tem registrado um aumento no número de mulheres abaixo de 40 anos com câncer de mama com taxa de mortalidade superior às pacientes maiores de 45 anos.
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Buscando entender o motivo do alto índice de mulheres menores de 40 anos com câncer de mama, a estudante de Medicina da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Tayane Ferreira Brito, está realizando um estudo com as pacientes diagnosticadas com a doença no período de 2006 a 2011 na Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (FCecon).
"As pacientes mais jovens estavam chegando com prognósticos ruins, com tumores grandes e estadiamentos clínicos avançados. Nos questionamos: o câncer está mais agressivo ou são essas mulheres que estão chegando em um estágio muito avançado?", esclareceu Brito.
O estudo intitulado ‘Avaliação do perfil imunohistoquímico do câncer de mama em mulheres abaixo de 40 anos que foram tratadas na Fcecon de 2006 a 2011′ está sendo realizado desde 2012 com financiamento do Governo do Estado, via Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM), por meio do Programa de Apoio à Iniciação Científica (Paic).
De acordo com a pesquisadora, em mulheres com menos de 40 anos a taxa de mortalidade é de 46,8% enquanto o câncer de mama em mulheres pós-menopausadas, maiores de 45 anos, a taxa de mortalidade é de 26,9%.
"Nosso objetivo é aprimorar a conduta do diagnóstico dessas pacientes e avaliar o perfil imunohistoquímico do câncer em mulheres com menos de 40 anos para entendermos o que está levando essas pacientes a ter um prognóstico tão ruim", explicou a pesquisadora.
Brito disse que serão avaliados, entre outros, o tipo histológico, o tamanho do tumor, o estadiamento e o tempo entre o diagnóstico e o tratamento. "Vamos comparar esses resultados aos já encontrados e registrados na literatura nacional e internacional", disse.
Imunohistoquímica
A imunohistoquímica é a união entre técnica imunoquímica envolvendo anticorpos de espécie pré-definidas com um sistema de alta sensibilidade de detecção, o que resulta numa reação visível microscopicamente.
O poder desta técnica é a observação simultânea da morfologia do tecido, permitindo a integração da morfologia e das informações imunoterápicas.
O exame imunohistoquímico é utilizado no diagnóstico de doenças inflamatórias, infecciosas e neoplasias, ou ainda para fornecer dados mais precisos e individualizados sobre o melhor tratamento e provável evolução do câncer.
De acordo com a pesquisadora, ao longo do estudo serão analisados 120 prontuários de mulheres com menos de 40 anos diagnosticadas com câncer de mama no período de 2006 a 2011 na FCecon.
Com as informações contidas nos prontuários, Brito informou que irá preencher um questionário que será dividido nos blocos: fatores de risco, estatísticas do tumor e imunohistoquímica.
"Nos fatores de risco analisaremos a idade da paciente no diagnóstico, a cor, tabagismo, etilismo e status hormonais; no bloco referente a estatísticas do tumor avaliaremos, entre outras coisas, o tamanho do tumor e o tipo histológico; e na análise imunohistoquímica, verificaremos os receptores hormonais, os oncogenes e as etapas do tratamento", esclareceu a pesquisadora.
Ela informou que a pesquisa está na fase de coleta de dados, que deve ser finalizada em abril, com análise de dados nos meses de abril e maio, e produção de relatário final e artigo científico nos meses de junho e julho deste ano.
Clique aqui e conheça a pesquisadora
O Inca definiu que é o nome dado a um conjunto de mais de 100 doenças que têm em comum o crescimento desordenado (maligno) de células que invadem os tecidos e órgãos, podendo espalhar-se (metástase) para outras regiões do corpo.
Dividindo-se rapidamente, estas células tendem a ser muito agressivas e incontroláveis, determinando a formação de tumores (acúmulo de células cancerosas) ou neoplasias malignas.
O câncer de mama
É uma doença causada pela multiplicação anormal das células da mama, que forma um tumor maligno. O câncer de mama tem cura, se descoberto no início.
De acordo com o Inca o câncer de mama é o segundo tipo mais frequente no mundo, o mais comum entre as mulheres, respondendo por 22% dos casos novos a cada ano.
No Brasil, as taxas de mortalidade por câncer de mama continuam elevadas, porque a doença ainda é diagnosticada em estado avançado. Na população mundial, a sobrevida média após cinco anos é de 61%.
Relativamente raro antes dos 35 anos, acima desta faixa etária sua incidência cresce rápida e progressivamente. Estatísticas indicam aumento de sua incidência tanto nos países desenvolvidos quanto nos em desenvolvimento.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), nos anos 1960 e 1970 registrou-se um aumento de dez vezes nas taxas de incidência ajustadas por idade nos Registros de Câncer de Base Populacional de diversos continentes.
Saiba mais sobre o câncer de mama, acesse:
http://www1.inca.gov.br/inca/Arquivos/mama.pdf
http://www2.inca.gov.br/wps/wcm/connect/tiposdecancer/site/home/mama
Sobre o Paic
O Programa de Apoio à Iniciação Científica do Amazonas (Paic) consiste em apoiar, com recursos financeiros e bolsas institucionais, estudantes de graduação interessados no desenvolvimento de pesquisa em instituições públicas e privadas do Amazonas.
Camila Carvalho – Agência FAPEAM