Pesquisa realizada no AM vai analisar qualidade de vida e sobrevida de pacientes com câncer
25/03/2013 – De acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca), aproximadamente 4,8 mil mulheres morrem em decorrência do câncer de colo uterino a cada ano. Diagnósticos precoces aliados a tratamentos oncológicos com técnicas avançadas que resultam em uma taxa de sobrevida maior têm ajudado a inibir o avanço desses óbitos.
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Segundo dados do Instituto, a taxa de sobrevida – vida após o diagnóstico – para pacientes com câncer é de aproximadamente cinco anos, podendo ser modificada de acordo com a qualidade de vida do paciente.
Nesse contexto, o estudante do curso de Medicina da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) Tarcísio José de Andrade Ribeiro decidiu analisar a qualidade de vida relacionada à saúde e à sobrevida das mulheres diagnosticadas com câncer de colo de útero na Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (FCecon).
"Nosso objetivo é estudar a sobrevida das pacientes diagnosticados em 2007, que se submeteram a tratamento até 2012. Iremos avaliar a qualidade de vida durante o tratamento da doença e comparar esses dados com informações da literatura. Avaliando esta sobrevida, poderemos, futuramente, trabalhar com métodos que façam com que a qualidade de vida seja cada vez melhor ao longo do combate à doença", disse Ribeiro.
O estudo intitulado ‘Análise da qualidade de vida relacionada à saúde e da sobrevida das pacientes com diagnóstico de câncer de colo uterino tratadas na FCecon’ está sendo realizado desde o ano passado com financiamento do Governo do Estado, via Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM), por meio do Programa de Apoio à Iniciação Científica (Paic).
Análise de prontuários
O pesquisador informou que ao longo do estudo serão analisados os prontuários das mulheres diagnosticadas com câncer de colo uterino em 2007 e, a partir daí, serão preenchidas fichas de dados.
Entre os dados coletados estão: idade no momento do diagnóstico, estado civil, grau de instrução, profissão, queixa principal nos sintomas iniciais, além da data de início e término do tratamento e se houve óbito.
Ribeiro disse que de posse dos dados fará uma avaliação da taxa de sobrevida das pacientes atrelada à qualidade de vida e à saúde durante o tratamento na FCecon.
"Estamos aguardando a avaliação do Comitê de Ética e Pesquisa (CEP) da Fundação para iniciar a coleta de dados. A previsão é que iniciemos a coleta em abril, com término em junho para apresentação dos resultados finais em julho deste ano", disse o pesquisador.
De acordo com ele, o diagnóstico precoce faz toda a diferença durante o tratamento uma vez que mulheres diagnosticadas na fase inicial têm chance de cura de até 100% e sobrevida em cinco anos após o diagnóstico da doença.
Clique aqui e saiba mais sobre o pesquisador.
O Inca definiu que é o nome dado a um conjunto de mais de 100 doenças que têm em comum o crescimento desordenado (maligno) de células que invadem os tecidos e órgãos, podendo espalhar-se (metástase) para outras regiões do corpo.
Dividindo-se rapidamente, estas células tendem a ser muito agressivas e incontroláveis, determinando a formação de tumores (acúmulo de células cancerosas) ou neoplasias malignas.
Câncer de colo de útero
Segundo o Inca, o câncer do colo do útero, também chamado de cervical, demora muitos anos para se desenvolver.
As alterações das células que podem desencadear o câncer são descobertas no exame preventivo (conhecido também como Papanicolau), por isso é importante a sua realização periódica. A principal alteração que pode levar a esse tipo de câncer é a infecção pelo papilomavírus humano, o HPV.
É o segundo tumor mais frequente na população feminina, atrás apenas do câncer de mama, e a quarta causa de morte de mulheres por câncer no Brasil.
Por ano, o câncer uterino faz 4,8 mil vítimas fatais e apresenta 18,4 mil novos casos. Prova de que o País avançou na sua capacidade de realizar diagnóstico precoce é que nos anos 1990, 70% dos casos diagnosticados eram da doença invasiva. Ou seja: o estágio mais agressivo da doença.
Atualmente 44% dos casos são de lesão precursora do câncer, chamada in situ, tipo de lesão localizada. Mulheres diagnosticadas precocemente, se tratadas adequadamente, têm praticamente 100% de chance de cura.
De acordo com Tarcísio Ribeiro, a estimativa de mulher acometidas com câncer de colo de útero em 2012 no Amazonas era de 600 novos casos, sendo 490 em Manaus. "A taxa de incidência era de 34,15% no Amazonas e 52,03% em Manaus", disse o pesquisador.
Clique aqui e saiba mais sobre o câncer de colo de útero.
Sobre o Paic
O Programa de Apoio à Iniciação Científica do Amazonas (Paic) consiste em apoiar, com recursos financeiros e bolsas institucionais, estudantes de graduação interessados no desenvolvimento de pesquisa em instituições públicas e privadas do Amazonas.
Camila Carvalho – Agência FAPEAM