Hospital público do Amazonas ganha robôs para tratamento de câncer


22/03/2013-A rede pública de saúde do Amazonas vai ganhar sala cirúrgica inteligente com equipamentos robóticos para realizar cirurgias minimamente invasivas. A novidade estrará na Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (FCecon), até o início de 2014, para execução de cirúrgicas de alta performance em tratamento de câncer e cirurgia robótica.

A sala cirúrgica tem custo de R$ 8,6 milhões, sendo R$ 3,6 milhões originários da  Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam). A instalação do espaço tem coordenação da Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação do Amazonas (Secti-AM).

Confira entrevista exclusiva com o coordenador da sala de cirurgia robótica e médico especialista em urologia, Cristiano Paiva.

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Como é a interação entre o cirurgião e os equipamentos?
O cirurgião fica em uma cabine e via cabeamento ele movimenta braços mecânicos que fazem a cirurgia. É um equipamento que imita todos os movimentos da mão humana. O robô é chamado de master slave ( escravo mestre) porque não faz nada que o médico não comande. É um braço mecânico que não treme, como pode tremer o humano, as câmaras aumentam as estruturas anatômicas em 20 vezes e em três dimensões. A chance da cirurgia dar errado é quase inexistente.

Por que é chamada de sala cirúrgica inteligente?
É uma sala plenamente robotizada, utiliza as mais avançadas tecnologias disponíveis para a visualização de imagens em alta definição. Seu funcionamento é todo via wireless.

A sala inteligente poderá ser utilizada para qualquer área da medicina?
Esta tecnologia contempla procedimentos em cirurgia geral, cirurgia oncológica, cardiologia/cirurgia cardíaca, ortopedia, otorrinolaringologia, urologia e neurocirurgia. É preciso que atenda a várias pessoas. Mas não é todo paciente que pode ser atendido. Ele tem que ter um perfil adequado. Quando esses procedimentos começaram a ser feitos, muitos médicos e pacientes não acreditavam que cirurgia robótica daria certo. Mas é necessário destacar que a medicina avança para dar mais qualidade de vida ao paciente.

Importante ressaltar que, como nas demais áreas de trabalho, esse profissional nunca pode parar de treinar. O mérito é justamente esse: qualificar ainda mais a nossa medicina.

Qual a diferença da cirurgia invasiva para a minimamente invasiva?
Na cirurgia invasiva, também chamada de aberta ou por corte, tudo é mais difícil. Sangramento, dor e tempo de recuperação dos pacientes são maiores. Além de possíveis complicações como infecções, infarto e pneumonia. Isso tudo pela extensão do corte da cirurgia. A cirurgia minimamente invasiva é para a máxima preservação da anatomia. São feitos pequenos furos de um a três centímetros, o que diminui as chances de complicações, com a mínima agressão ao organismo. Isso é uma tendência mundial. Nos Estados Unidos 90% das cirurgias são robóticas.

Quais os benefícios da cirurgia minimamente invasiva?

Os benefícios são vários: cicatriz cirúrgica reduzida, menos dor pós-operatória, menor sangramento, menor taxa de complicações, recuperação mais rápida, alta hospitalar precoce, retorno mais rápido às atividades habituais e maior conforto do paciente.

Quais são os paciente que poderão utilizar a sala cirúrgica com a utilização da robótica ?
A rede pública do Estado do Amazonas será a primeira a ter este serviço disponível aos pacientes. Quando você implanta uma tecnologia, quem fica atrás tem que se mover, ou seja, tem que evoluir em seus métodos para com seus pacientes.

Avanços como esse podem alcançar outros estados que ainda não possuem tal tecnologia. Isso pode ser feito por meio de convênio com a rede pública. Nós venderíamos o serviço para pacientes de outras localidades e isso abateria o custo para implantar o equipamento.

 

Fonte: Portal Amazônia

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