Pesquisa estuda a dor em pacientes com aids internados na FMT-HVD
15/08/2013 – A dor é uma das queixas mais comuns das pessoas que procuram centros de atendimento de urgência e ambulatórios. Em pacientes com aids, este também é um sintoma comum, podendo ocorrer em todos os estágios da doença.
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Com o objetivo de estudar a dor em pacientes com aids internados na Fundação de Medicina Tropical Doutor Heitor Vieira Dourado (FMT-HDV), a acadêmica de Medicina da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), Fabiana Martins da Silva, realizou um estudo financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM), por meio do Programa de Iniciação Científica (Paic).
“Conhecer a origem da dor, a sua prevalência, as diferentes causas e a percepção que o paciente tem da dor podem auxiliar a equipe de saúde no diagnóstico e na adoção do tratamento mais adequado. A dor pode exacerbar o sofrimento do paciente, que enfrenta muito estresse durante o curso da doença”, explicou Fabiana.
A pesquisa foi realizada com 68 pacientes diagnosticados com aids internados na FMT-HVD com idades de 16 a 57 anos e média de 37 anos. Do total, 50% relataram dor no momento da entrevista. Destes, 17,64% apresentaram dor intensa, 26,47% dor moderada e 55,8% dor leve.
As síndromes de dor mais relatadas no estudo foram as dores de cabeça 29,41%, seguida por dor torácica, dos membros superiores, abdominais, coluna e nos membros inferiores.
Dos 68 pacientes que recebiam prescrição e apresentavam dor, não necessariamente no momento da entrevista, 67,64% tinham como prescrição a dipirona. No entanto, mesmo assim foi identificado que a dor persistia de leve a intensa em alguns deles. Também foi identificada a presença de dor em parte dos pacientes prescritos com morfina, mesmo que leve.
A pesquisa sugere que é necessário mais orientação para o aperfeiçoamento sobre a utilização de medicamentos para dor. O médico que cuida desse paciente está preparado para lidar com a dor ou se preocupa mais com a patologia? “O estudo da dor no Brasil ainda é incipiente, principalmente quando analisa a dor em pacientes internados com HIV. É preciso que se tente identificar o motivo desses pacientes ainda apresentarem dor após a prescrição de medicamento. Poderiam ser prescritos analgésicos mais fortes ou opióides [analgésicos indicados para alívio de dores moderadas a intensas, particularmente de origem visceral]“, disse a acadêmica.
A pesquisa consistiu na aplicação de questionário para levantar a situação sociodemográfica, antecedentes de dor, fatores de doenças, antecedentes patológicos, tipos de dores e a avaliação da capacidade funcional.
O estudo transversal prospectivo observacional foi realizado no período de agosto de 2012 a julho de 2013 e apresentado durante o 3º Congresso de Iniciação Científica da FMT-HVD.
Fonte: Anália Barbosa – Ciência em Pauta