UEA e Fuam implementam ambulatório de teledermatologia no interior do Amazonas


28/01/2013 – Uma parceria estabelecida entre a Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e a Fundação Alfredo da Matta (Fuam) vai fortalecer o diagnóstico e o controle da hanseníase no interior do Amazonas. O acordo permite a implantação de um ambulatório de teledermatologia, como projeto piloto, nas cidades de Parintins e Lábrea sendo voltado, principalmente, para prevenção, detecção e controle dos casos de hanseníase. Além disso, também deve ampliar a capacitação de profissionais para o diagnóstico da doença.

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Técnicos da Fundação Alfredo da Matta e do Núcleo de Telessaúde da UEA já estiveram em Parintins, este mês, para discutir com a prefeitura do município (distante 325 quilômetros da capital) os detalhes de um Acordo de Cooperação Técnica nesse sentido. Outra visita técnica está prevista para segunda quinzena de março, desta vez, no município de Lábrea, a 610 quilômetros de Manaus.

Os municípios foram escolhidos por apresentarem número expressivo de casos de hanseníase e uma rede de telessaúde já instalada, além de estrutura física própria da UEA. Para o coordenador do Núcleo de Telessaúde do Amazonas, professor Cleinaldo Costa, o projeto deve ajudar a prevenir a ocorrência de novos casos, diminuindo a incidência de hanseníase no Amazonas.

“Nós e a Fuam estamos trabalhando juntos neste projeto e a ideia é que possamos chegar às equipes distantes por meio do Telessaúde e que eles também possam responder a esses casos de forma rápida e, assim, identificaremos e trataremos essas pessoas sem a necessidade de trazê-las a Manaus”, explica.

O projeto recebe o aporte de R$ 358 mil por parte da Fundação Novartis e segundo o gerente do Núcleo de Telessaúde, professor Pedro Máximo Rodrigues, já é referência para futuras ações.

“O modelo de projeto que estamos desenvolvendo chamou a atenção da Fundação Novartis que já sinalizou o interesse em utilizar essa experiência em outras partes do Brasil e do mundo”, informou.

A hanseníase é uma doença infectocontagiosa que tem cura e cujo tratamento está disponível na rede pública de saúde. “É importante manter um forte trabalho de busca ativa de novos casos da doença, para garantir aos pacientes o acesso aos medicamentos e, principalmente, que não haja o abandono do tratamento. As equipes de Saúde da Família e Unidades Básicas de Saúde, que são a porta de entrada do sistema, têm papel estratégico no combate à doença”, frisou o secretário estadual de Saúde, Wilson Alecrim.

Segundo dados da Fundação Alfredo da Matta, no ano passado, em todo o Amazonas, foram detectados 628 casos novos de Hanseníase. Destes, 213 (o equivalente a 33,9%) eram residentes em Manaus e 415 (66,1%) residentes em outros 55 municípios do Estado. O número de casos novos na faixa etária menor de 15 anos foi de 63 (10%) e, em relação ao gênero, a proporção maior foi entre os homens (63,7%).

A doença

A hanseníase é uma doença que atinge a pele e os nervos dos braços, mãos, pernas, pés, rosto, orelhas, olhos e nariz. O tempo entre o contágio e o aparecimento dos sintomas é longo. Pode variar de 2 a até mais de 10 anos. A doença pode causar deformidades físicas que podem ser evitadas com o diagnóstico no início e o tratamento imediato.

O tratamento da hanseníase está disponível na rede pública de saúde e pode durar de 6 a 12 meses, se seguido corretamente. Além da medicação fornecida pelo serviço de saúde, o tratamento também consiste na realização de exercícios para prevenir as incapacidades e deformidades físicas.

Manchas esbranquiçadas, avermelhadas ou amarronzadas em qualquer parte do corpo, com perda ou alteração de sensibilidade; dor e sensação de choque, fisgadas e agulhadas ao longo dos nervos dos braços e das pernas e inchaço das mãos e dos pés; caroços (nódulos) no corpo, em alguns casos avermelhados e dolorosos são alguns sinais de alerta para a Hanseníase.
 

Fonte: UEA

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