Inovação exige troca de experiências
12/09/2013 – Para impulsionar a cadeia produtiva em torno do bionegócio, além da infraestrutura e do investimento financeiro, é preciso buscar cooperação e trocar experiências com outros países. A inovação é a saída para alavancar o desenvolvimento do Estado do Amazonas, uma vez que ele está situado em uma região que tem como vocação a produção de fármacos, cosméticos e alimentos funcionais. Foi o que pontuou a diretora técnico-científica da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM), Andrea Waichman, durante o ‘Encontro de Bionegócios Amazonas – França’.
Promovido pela Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti-AM), FAPEAM e a Embaixada da França, o encontro reuniu, nesta quinta-feira (12/09), no Hotel Quality, microempresários, gestores e pesquisadores de instituições científicas para debater formas de promoção da inovação. Os participantes tiveram a oportunidade de assistir, pela manhã, a palestra ‘A Biotecnologia e a Inovação a Serviço da Vida Moderna’. À tarde, painéis abordam a inovação na área de biofármacos e produção de alimentos.
A ciência produzida pelo Amazonas está se internacionalizando e o campo da inovação é promissor, conforme explicou Waichman. Ela salientou que é preciso explorar esse nicho de mercado para contribuir com o desenvolvimento do Amazonas, uma vez que há capacidade instalada, infraestrutura e ciência de qualidade.

Titular da Secti-AM, Odenildo Sena, durante mesa de abertura do ‘Encontro de Bionegócios’ (Foto: Mateus Serrão/Agência FAPEAM)
“Temos micro e pequenas empresas interessadas em ampliar o mercado de atuação. Tudo isso está sendo possível devido à criação do Sistema Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação. O Governo do Estado está investindo na inovação tecnológica. Já foram alocados mais de R$ 15 milhões em inovação, nos últimos anos. Queremos transformar a ciência em um bom negócio”, afirmou.
Para Waichman, a parceria com a França é importante para mostrar o que está sendo feito no Amazonas e se discutir ações para melhorar o processo de inovação. Ela afirmou que só será possível impulsionar a cadeia produtiva em torno do bionegócio a partir da troca de experiências entre os empreendedores franceses e amazonenses. A opinião também é compartilhada pelo titular da Secti-AM, Odenildo Texeira Sena, que disse que é preciso transformar as iniciativas em bons negócios tanto para franceses quanto para os amazonenses.
Segundo Sena, o encontro é uma oportunidade para colocar as pessoas frente a frente para conversarem. “À medida que temos pesquisadores franceses e brasileiros reunidos, o cenário é propício para que novos negócios possam surgir. A reunião decorre de um amadurecimento de parcerias anteriores com os franceses”, declarou e acrescentou que “não dá para ficar enclausurado, pois é preciso buscar parceiros para dar saltos maiores”.
Cultura de inovação

Adido de Ciência e Tecnologia da França, Bourland disse que inovar faz parte da cultura francesa (Foto: Mateus Serrão)
Por sua vez, o adido da Embaixada da França no Brasil, Eric Bourland, disse que é preciso criar uma cultura de inovação, com regras e boas práticas. Ele afirmou que o encontro permite ouvir experiências de pesquisadores e empresários amazonenses e franceses, estes vindos da Guiana Francesa, Sul e Oeste da França para participar do encontro.
“A proposta foi feita pelo Odenildo Sena, que fez um questionamento que achei relevante: se boas pesquisas podem ser bons negócios? Aceitei o questionamento. Temos uma tradição de cooperação com o Amazonas, por meio da FAPEAM e Secti-AM. Há uma densidade de cooperação para realização de pesquisas, parcerias e formação de recursos humanos”, ressaltou o Adido.
Questionado sobre os interesses franceses, Bourland disse que quando se pensa em Amazônia, pensa-se na valorização dos produtos naturais, cosméticos, fármacos e produtos da floresta. Contudo, no geral, os interesses franceses giram em torno de tecnologias da informação, comunicação e energia.
SiON
Durante o encontro, os governos estaduais do Amazonas e do Acre assinaram um Acordo de Cooperação Técnica para ampliar a divulgação sobre o fomento e o apoio às atividades de Ciência, Tecnologia e Inovação. A cooperação consistiu na cessão de informações pela Secti-AM à Secretaria de Ciência e Tecnologia do Acre (Sect-AC) para a criação de uma base de dados pelo governo do Acre, semelhante ao Sistema de Indicadores Online de Ciência, Tecnologia e Inovação do Amazonas (SiON-AM).
O SiON-AM recentemente sofreu alterações com a inserção de novas ferramentas para dar mais transparência e ampliar o número de indicadores de Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I). O sistema é gerenciado pela Secti-AM, financiado pela FAPEAM e desenvolvido em parceria com a Universidade Federal do Amazonas (Ufam).
Luís Mansuêto – Agência FAPEAM