Software feito com investimento do Pró-Assistir beneficiará crianças autistas


21/12/2012 – Imagine uma tartarugazinha simpática e falante que adora dar dicas de Língua Portuguesa para auxiliar crianças em fase de alfabetização. Dentro de pouco tempo, essa personagem se tornará real – pelo menos no ambiente virtual. Trata-se da Lina, a personagem e grande aposta para conquistar o público infantil de um software para inclusão escolar de crianças autistas que está sendo desenvolvido no curso de Design, da Universidade Federal do Amazonas (Ufam).

O projeto é desenvolvido pela aluna, Alice Neves, e orientado pela doutora em Engenharia de Produção, Claudete Barbosa. Por ter um foco educativo, o programa possui uma linguagem simples e conta com recursos de animação gráfica. O programa está sendo chamado de Lina Educa, em referência à personagem.

Após ser exposto no 4° Encontro Internacional de Pesquisa em Design, no Rio de Janeiro, o ‘Lina Educa’, nome o qual o projeto leva, a procura para que o trabalho saísse do papel foi grande. “Recebemos vários e-mails de pais, terapeutas, fonoaudiólogos e até desenvolvedores de softwares e isso nos motivou a inscrever o projeto no Programa de Tecnologia Assistiva (Viver melhor/Pró-assistir)”, contou a orientadora.

Fase atual

A equipe composta pela inventora, Alice Neves, a orientadora, Claudete Barbosa, os professores Jean Flávio e Patrícia Braga, duas estagiárias de Design e o casal Ana Maia e Joaquim Melo, pais de uma criança autista, já está desenvolvendo a primeira fase do projeto.

O método usado foi o Teacch, sigla em inglês que significa Tratamento e Educação de Crianças Autistas e de Comunicação Relacionados a deficientes físicos.  O método cria e organiza uma agenda com todas as atividades diárias da criança, das mais básicas, como horário para tomar banho, até aulas de português para alfabetização.

Com uma serie de adaptações a serem feitas, a finalização está prevista somente para maio de 2013, mas a professora já adianta que serão necessários mais três meses de testes com crianças para verificação da aceitação. Somente após essa etapa, o software passará por adaptações a fim de que possa ser acessado em desktop e tablet.

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Tartaruga será personagem principal do software (Ilustração)

“A ideia é deixar hospedado no site de instituições para download gratuitamente e código fonte disponível para alterações com o objetivo de melhorar o produto”, finalizou a professora.

Sobre o programa

Lançado em abril de 2012, o Viver Melhor/Pró-Assistir foi idealizado pela Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação do Amazonas (SECTI-AM) e executado em parceria com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado Amazonas (Fapeam) e a Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência (Seped).

Este foi o primeiro programa de tecnologia assistiva lançado no País a estimular a participação não somente de pesquisadores, mas também de inventores. A Fapeam disponibilizou por meio do edital 006/2012 recurso no valor de R$ 2,5 milhões para aplicação em projetos de inovação voltados ao desenvolvimento de produtos assistivos de maneira a contribuir para dar mais autonomia, independência e qualidade de vida a pessoas com deficiência, incapacidades ou mobilidade reduzida. O resultado foi considerado positivo na medida em que contemplou projetos de alto nível de qualidade.

Entendendo o autismo

O autismo é uma alteração que afeta a capacidade de comunicação do indivíduo, de socialização e de comportamento. Esta desordem faz parte de um grupo de síndromes chamado transtorno global do desenvolvimento (TGD), também conhecido como transtorno invasivo do desenvolvimento (TID).

Algumas crianças, apesar de autistas, apresentam inteligência e fala intactas, outras apresentam sérios problemas no desenvolvimento da linguagem. Alguns parecem fechados e distantes, outros presos a rígidos e restritos padrões de comportamento. Os diversos modos de manifestação do autismo também são designados de espectro autista, indicando uma gama de possibilidades dos sintomas do autismo. Atualmente, já há a possibilidade de detectar a síndrome antes dos dois anos de idade – em muitos casos.

Fonte: Ciência em Pauta, Especial Laize Minelli  

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