Ex-bolsistas da FAPEAM expõem pesquisa em feira nacional de Ciências e Engenharia


20/03/2014 – Ex-bolsistas do Programa Ciência na Escola (PCE) participarão, pela primeira vez, da Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace), que começa hoje (17) e prossegue até a próxima sexta-feira (21), em São Paulo. Na ocasião, os alunos farão a exposição de estudos sobre drogas ilícitas. A participação dos estudantes será possível devido ao Programa de Apoio à Participação em Eventos Científicos e Tecnológicos (Pape), da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM)

Siga a FAPEAM no Twitter e acompanhe também no Facebook

Intitulada ‘O ensino das funções orgânicas a partir do tema: drogas ilícitas no Amazonas’, a pesquisa foi desenvolvida com aporte financeiro do Governo do Estado, via FAPEAM, e coordenada pela mestre em Educação e Ensino de Ciências na Amazônia pela Universidade do Estado do Amazonas (UEA), Ataiany dos Santos Veloso.

Ex-bolsistas do projeto durante a Feira de Ciências da Amazônia.  (Foto: Divulgação/PCE)

Ex-bolsistas do projeto durante a Feira de Ciências da Amazônia. (Foto: Divulgação/PCE)

O projeto foi um dos destaques da 1ª Feira Competitiva & Temática do Brasil e Feira de Ciências da Amazônia (FCA), em novembro de 2013, realizada pela Secretária de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti-AM), Associação Brasileira de Incentivo à Ciência (Abric) e Universidade Federal do Amazonas (Ufam), com apoio da FAPEAM e da Humanitary Fountation.

Em entrevista à Agência FAPEAM, a coordenadora do projeto, Ataiany dos Santos Veloso, contou como o estudo foi desenvolvido e como o conhecimento adquirido mudou a vida dos alunos bolsistas do PCE.

Agência FAPEAM: Como o projeto foi desenvolvido?

Ataiany dos Santos Veloso: Primeiramente, fizemos um seminário onde a sala de aula foi dividida em grupos e os alunos tiveram de pesquisar a composição química de algumas drogas ilícitas e as funções orgânicas nessas composições. Os alunos identificaram quais as consequências do consumo de drogas para o organismo humano. No segundo momento, os estudantes utilizaram o software ACD Labs para construir, no ambiente virtual, as moléculas químicas que compõem essas substâncias. Após isso, eles montaram, fisicamente, as estruturas a partir do modelo molecular Atomlig 77.

O estudo foi realizado no período de maio a outubro de 2013, via PCE, com os alunos do 3º ano do Ensino Médio do Colégio Brasileiro Pedro Silvestre. Participaram do projeto os alunos Astrid Orofino Gonçalves, Brina Aguiar da Silva, Jaiza Bruna Gonçalves Martins, Weverton Lopes e Eduardo Silva, com apoio técnico de Jorge de Menezes.

AF: Como lidar de maneira científica com um assunto que, ao mesmo tempo está presente no nosso dia a dia, mas, algumas vezes, é colocado à margem das discussões no ambiente escolar?

Ataiany Veloso: Não tive problemas em lidar com os alunos na tratativa deste tema. O que percebemos é que quando começamos a falar a respeito, eles começam a se abrir, a contar o que vivenciam e a se identificar com algumas situações. Eles (estudantes) ficaram assustados ao ver as consequências no organismo após o consumo de drogas e expuseram isso aos colegas.

AF: Quais foram os principais resultados alcançados?

Ataiany Veloso: Além do conhecimento científico, os estudantes perceberam como o consumo de drogas afeta uma pessoa. Isso foi um grande ganho, porque tento utilizar a metodologia de adequar o cotidiano dos estudantes com o que está sendo analisado em sala de aula. Não basta apenas ensinar por ensinar, temos de prepará-los para a vida e para lidar com todas as situações.

O projeto foi desenvolvido em uma turma, mas o trabalho gerou em um grupo uma maior colaboração no ambiente escolar e uma afinidade entre estudantes. Após a pesquisa, a estudante Astrid Orofino Gonçalves foi aprovada na Universidade Federal do Amazonas (Ufam) para o Curso de Engenharia Química. Acredito que o projeto contribuiu de forma positiva para a carreira acadêmica dos alunos.

AF: O estudo foi destaque na 1ª Feira Competitiva & Temática do Brasil e Feira de Ciências da Amazônia (FCA) e agora será apresentado nacionalmente. Quais são as expectativas dos estudantes em relação à apresentação e aos resultados obtidos com o projeto?

Ataiany Veloso: O trabalho será apresentado pelas ex-bolsistas Astrid Orofino Gonçalves e Brina Aguiar da Silva. Elas estão motivadas e alegres com a possibilidade de participar. Então, só temos grandes e boas expectativas em divulgar este trabalho e o que estamos fazendo na região Norte.

Apresentar este trabalho e divulgar nossas ações é um privilégio porque, em relação às regiões Sul e Sudeste, temos poucas pesquisas na área do ensino de Química. Temos de mostrar que no Amazonas há pesquisas relacionadas a isto, com metodologias que possibilitarão um melhor processo de ensino e aprendizagem e, com certeza, só trarão grandes contribuições para a área.

Sobre o PCE

Consiste em apoiar, com recursos financeiros e bolsas, sob formas de cotas institucionais, estudantes de ensino fundamental e médio integrados no desenvolvimento de projetos de pesquisas de escolas públicas.

 

Camila Carvalho – Agência FAPEAM