Plano Norte de CT&I é tônica de reunião entre dirigentes e ministro Raupp em Manaus
29/10/2012 – O ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Antônio Raupp, iniciou nesta segunda-feira (29/10), em Manaus, a série de reuniões entre os secretários de CT&I e presidentes de Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa da Região Norte para juntos elaborarem o Plano Norte de CT&I para os próximos 30 anos. “Há anos estamos falando de fazer políticas de CT&I para a Amazônia, mas só agora temos a oportunidade de operar recursos federais e estaduais juntos para apoiar projetos específicos na região”, disse o ministro.
Siga a FAPEAM no Twitter e acompanhe também no Facebook
Ele informou que o Centro de Gestão e Recursos Estratégicos (CGEE) do MCTI será o responsável por elaborar o estudo que subsidiará a formulação do Plano. No estudo, serão analisadas as demandas de cada secretário de CT&I da Região Norte para potencializar as vocações de cada Estado.
O secretário de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti-AM), Odenildo Sena, disse que a perspectiva é que o plano abranja ações voltadas para CT&I para os próximos 30 anos, desvinculadas de políticas de governo para se tornarem ações de Estado. “Queremos elaborar um plano que possa representar um legado a partir da confluência de ações para o desenvolvimento dessa região que todo mundo considera da maior relevância, mas que o Brasil continua dando pouca importância”, afirmou o secretário.
Ele informou que já há outras duas reuniões agendadas para o mês de novembro em Brasília (DF). A primeira será realizada já no próximo dia 7 com representantes do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para discussão dos recursos aportados ao Plano e a segunda, prevista para o dia 9, para expor e discutir os projetos e resultados do encontro com o BID e os secretários de CT&I da Região Amazônica.
A diretora-presidenta da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM), Maria Olívia Simão, salientou a importância do Plano de CT&I para a Região Norte e o legado que as ações entre as secretarias de CT&I e as FAPs deixarão para o Brasil.
“O Conselho Nacional das FAPs criou toda uma mobilização para que nós possamos estabelecer prioridades estratégicas no desenvolvimento da região. Nesse contexto, os investimentos são fundamentais. Não iremos nos desenvolver de forma sustentável usando métodos clássicos e a mudança exige massa crítica bem formada para pensar em novas soluções tecnológicas que possam aliar o desenvolvimento social, o desenvolvimento econômico e a conservação da Floresta Amazônica”, ponderou Olívia.
Reunião estratégica
O secretário de CT&I do Estado do Pará, Alberto Cardoso, também avaliou como fundamental a reunião entre todas as secretarias de Ciência, Tecnologia e Inovação que compõem a Região Amazônica para que o Plano contemple, verdadeiramente, as demandas e desafios de cada Estado.
“Nós somos vizinhos, mas temos economias e realidades completamente diferentes. Há várias ‘Amazônias’ dentro da Região Norte. A construção dessa política ouvindo cada Estado é fundamental para a elaboração de um plano abrangente. É claro que ainda teremos muito a discutir para chegarmos a um ponto em comum, mas o pontapé inicial já foi dado com a sinalização de que haverá recursos suficientes para os projetos”, disse Cardoso.
O diretor-presidente da FAP de Rondônia, Lourenço Antônio, esteve presente na reunião e destacou a importância desta iniciativa para o Norte. “É fundamental que a região comece a pensar em conjunto, observando as diversidades dos estados e também a série de semelhanças”, afirmou. A FAP de Rondônia é a fundação de amparo à pesquisa mais recente a ser criada.
CNPq aumentará investimentos
O diretor de Engenharias, Ciências Exatas, Humanas e Sociais do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Guilherme Melo, expôs o número de pesquisas e pesquisadores apoiados até 2012 com recursos do Conselho.
Ele garantiu que o objetivo é aumentar os investimentos, principalmente na Região Norte, até 2014, tendo como maior desafio manter os pesquisadores formados na região em institutos de pesquisa.
“Nosso desafio é segurar os pesquisadores no Brasil, especificamente na Região Norte. Investimos na formação de recursos humanos e quando os pesquisadores finalizam as pesquisas acabam saindo, migrando entre os Estados e até mesmo saindo do Brasil”, lamentou.
Guilherme Melo informou que até o final deste ano o CNPq terá concedido, aproximadamente, 100 mil bolsas em todas as modalidades de pesquisa e investido cerca de R$ 609 milhões em CT&I em todo Brasil.
Ele destacou a parceria com a FAPEAM na implantação dos programas de Apoio a Núcleos Emergentes (Pronem), de Apoio a Núcleos de Excelência (Pronex) e Primeiros Projetos (PPP). “Por meio do Programa de Formação de Recursos Humanos em Áreas Estratégicas (RHAE) e do Ciência Sem Fronteiras poderemos desenvolver ainda mais o potencial da região Amazônica, basta que as FAPs sejam o caminho para o envio dos projetos”, disse.
Finep anuncia investimentos até 2014
O assessor da Presidência da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), André Amaral, anunciou investimentos na ordem de R$ 15 bilhões, entre 2012 e 2014, por meio do Plano de Inovação instituído a partir do Programa Brasil Maior.
O Programa é realizado pelo MCTI, em parceria com a Finep e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), e tem por objetivo apoiar financeiramente projetos de pesquisas voltados a temas específicos como energia, programas de sustentabilidade, biotecnologia e desenvolvimento social.
Entre os programas que compõem o Programa Brasil Maior está o ‘Amazônia’ no qual o MCTI, por meio da Finep, irá aportar R$ 140 milhões de recursos até o final de 2014. “O foco é apoiarmos projetos de recuperação, conservação e uso sustentável do bioma Amazônia e até mesmo garantirmos a construção de parques tecnológicos”, adiantou Amaral.
Inclusão de recursos e investimentos no Plano Norte para o CBA
Para o presidente da Comissão de Ciência e Tecnologia da Assembleia Legislativa do Estado (Aleam), deputado José Ricardo Wendling (PT), é positiva a vinda do ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Marco Antonio Raupp, ao Amazonas, porque traz toda a estrutura nacional para ouvir as sugestões dos estados, a partir das realidades regionais, na construção do Plano Norte de Ciência, Tecnologia e Inovação.
Na oportunidade, ele cobrou a inclusão de recursos e investimentos no Plano Norte para o pleno funcionamento do Centro de Biotecnologia da Amazônia (CBA) e que passe a integrar o MCTI, e não mais o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. “Proponho uma melhor definição dos recursos de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), oriundos do Polo de Informática, a fim de que beneficiem todos os estados da Amazônia Ocidental”, frisou.
Plano Norte de CT&I
O Plano Norte de CT&I tem por objetivo inserir a região em uma matriz de desenvolvimento baseada na economia verde e com foco na utilização de recursos renováveis de maneira sustentável.
Camila Carvalho – Agência FAPEAM
Fotos: Ricardo Oliveira – Agência Fapeam